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Caetano Veloso começa hoje no Rio a turnê do disco 'Abraçaço'

Cantor diz que 'neguinho vai ter de aguentar' faixas mais difíceis do CD; show vem a SP em abril

Repertório vai incluir todas as canções do álbum, além de pelo menos uma do célebre "Transa", disco de 1972

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

"'Abraçaço' é um show de banda de rock tocando rock, samba, axé, funk -tudo pseudo." É assim que Caetano Veloso define, por e-mail, a turnê de seu disco mais recente, que ele começa a apresentar de hoje a domingo, no Circo Voador, no Rio, com ingressos esgotados.

O trabalho encerra a trilogia do baiano com a jovem banda Cê, formada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria), e que o acompanha desde 2006, nos discos "Cê", "Zii e Zie" (2009) e "Abraçaço" (2012).

"É um show todo com a banda Cê. Não tem violão acústico nem números só voz e violão. Decididamente, não é um show parecido com os que tenho feito em salas fechadas ou em praças públicas, para público popular não pagante."

Caetano diz ter penado para selecionar o repertório da turnê -que passa por São Paulo nos dias 11, 12 e 13 de abril-, mas vai apresentar "todas as músicas do disco novo". É no palco, afinal, que ele descobre como o público recebeu seu "Abraçaço".

"A reação às canções muda a maneira de ver o trabalho. Mas o roteiro dos meus shows não se pauta pelo que agrada mais facilmente."

Nesse sentido, ele diz que "neguinho vai ter de aguentar" canções difíceis como "Um Comunista", uma homenagem de quase nove minutos ao guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969).

"É muito longa, mas não entendo esse show sem ela. Como nós a achamos muito bonita, seguramos bem. As outras entram de modo fluido."

Dentro desse conceito de fluidez, aparecem músicas como "Eclipse Oculto" e "Alguém Cantando", além de pelo menos uma do célebre disco "Transa" (1972).

Há espaço ainda para surpresas como "Reconvexo", um dos sucessos que ele compôs para Maria Bethânia.

"Desta vez não vai haver canções de outros autores. A exceção é 'Gayana', do Rogério Duarte. Ela entra abrindo o bis e reveza com 'Vinco', que também é de 'Abraçaço'."

Tendo acabado de dirigir o bem-sucedido show "Recanto", de Gal Costa (baseado no disco homônimo, composto por ele), Caetano afirma que as experiências não são comparáveis. "'Recanto' é limpo e definido. 'Abraçaço' soa mais espalhado."

"Até a decisão de fazer o show sem cenário, como o de Gal, terminou sendo mudada pela ideia bonita de Hélio Eichbauer de homenagear os cem anos do quadrado negro do [pintor russo] Maliévitch."


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