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Financiamento coletivo engatinha no cinema brasileiro

Documentários de interesse público, como 'Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra', são os preferidos

Catarse, o maior site de crowdfunding do Brasil, já gerou 56 projetos de audiovisual, mas raros obtêm alta captação

DE SÃO PAULO

No Brasil, o processo de financiamento coletivo para cinema -que necessita de valores mais altos que projetos musicais- ainda engatinha.

"É complicado, porque o crowdfunding ainda está pegando no país. Nos Estados Unidos há um mercado mais antigo, uma cadeia produtiva sólida e uma percepção diferente do pagamento online", diz Rodrigo Maia, sócio do Catarse, maior site de crowdfunding brasileiro.

Apesar de a comparação com os EUA ser injusta, o site teve no ano passado 56 projetos que atingiram suas metas de captação, acumulando R$ 660 mil em "doações" -assim como nos EUA, há recompensas para quem ajuda o filme.

Um deles é "Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra", longa sobre a polêmica hidrelétrica no Pará, que arrecadou R$ 140 mil, um recorde.

"Nestes projetos de alta captação, você precisa ter uma base de fãs ou um assunto que desperte o interesse público'", diz Maia.

O cineasta Getsemane Silva finalizou seu "Adeus, Dahla!", sobre refugiados que vivem na fronteira entre Argélia, Mauritânia e Marrocos, com a ajuda do Catarse, captando R$ 5.900. "A experiencia foi bacana. Mas não sei se faria de novo, porque eu estava sozinho e tive de ficar promovendo", conta.

Já a diretora Juliana Reis está usando o site para financiar a distribuição alternativa de seu longa "Disparos", lançado em circuito no ano passado, mas que sumiu em uma semana em meio a "Amanhecer - Parte 2".

A cada R$ 1.500, o filme garante a exibição por uma semana em uma cidade -se a pessoa que contribuiu não morar no local, uma cópia digital é enviada.

"Acho que é a grande revolução em termos da democratização da produção cultural", diz Juliana.

Nesta linha, o recém-lançado site Cineastas dedica-se a ajudar na captação coletiva apenas para filmes. "A maioria dos projetos ainda é de curtas, porque quem capta para longas ainda está preso ao formato de leis de incentivo", diz Leonardo Curcino, idealizador do projeto. "Um dia o cinema brasileiro será menos dependente do governo."

Mas como a pessoa que "investe" online tem certeza de que verá sua contribuição ser bem investida? "Se o projeto não capta o necessário, devolvemos o dinheiro", afirma Curcino. "Depois a responsabilidade é do criador do projeto. Mas quem procura esse tipo de financiamento não está atrás de dinheiro fácil."


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