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Diário de Lisboa

O MAPA DA CULTURA

Os pináculos da rebaldaria

Vagalhões lusitanos, climatéricos ou não

ISABEL COUTINHO

Belisquem-me que não acredito: a "Mixórdia de Temáticas" está de volta. De manhã muito cedo há portugueses, dentro dos seus carros parados nas filas de trânsito, a rirem-se às gargalhadas. Estão a ir para o trabalho ou a levar os filhos à escola e a causa de tanto riso é o regresso da rubrica do humorista Ricardo Araújo Pereira (RAP), o mais famoso dos humoristas do Gato Fedorento, ao "Programa da Manhã", todos os dias a partir das 7h na Rádio Comercial.

A equipa do programa é famosa: Pedro Ribeiro, Vanda Miranda, Vasco Palmeirim e Nuno Markl trabalham juntos há sete anos e lideram as audiências de rádio em Portugal. Mas lideram mais ainda quando a eles se junta o RAP e suas personagens. Um ano depois de ter terminado a série Ribeiro, a "Mixórdia de Temáticas" regressou a 3 de fevereiro com a série Miranda. A primeira série deu um livro, e a rubrica, que costuma ser gravada em vídeo diariamente, pode ser vista no Facebook e no YouTube ou ouvida em podcast no iTunes.

"TURISMO DE BORRASCA"

Um dos últimos esquetes chamava-se "Turismo de Borrasca" e contava a história da personagem Abel Miranda, que gosta "muito de ver mau tempo" e é apaixonado pelos "três grandes pináculos da rebaldaria climatérica": "o tufão, a saraivada de granizo e a agitação marítima". É que Portugal tem estado em alerta por causa do mau tempo, das ondas gigantes, dos ventos fortes, da chuva e da neve. E, como os portugueses não estão habituados a ter de lidar com tempestades com nomes de pessoas, como Hércules ou Stéphanie, não resistem a ir ver o espectáculo.

Nos últimos tempos têm aproveitado "para irem ver o mar nos paredões e a fugir sempre que veem uma onda". É "como se fosse uma garraiada", mas em vez de ser com touros é com "vagalhões".

Diz que o RAP escreve os textos de madrugada, corre para a rádio, distribui pela equipa e todos participam na leitura. É uma risota. Os ouvintes telefonam e mandam recados pelo Facebook. Segue-se a rubrica "O Homem que Mordeu o Cão", em que o humorista Nuno Markl aborda notícias bizarras e que já deu também origem a best-sellers e a um espectáculo ao vivo.

DIRECTORA POR UM DIA

RAP tem participado do Risadaria, em São Paulo, e, no ano passado, Nuno Markl esteve também no Brasil a fazer o documentário sobre os actores de telenovelas que fascinaram os portugueses nos anos 1980. Chama-se "Tudo o que Sei Aprendi com as Novelas da Globo" e um dia desses estreia.

E, como o Brasil está sempre no nosso coração, este 2014 será o Grande Ano do Brasil aqui no jornal em que trabalho. O "Público" (www.publico.pt) convidou Adriana Calcanhotto para ser "directora por um dia". Ela cuidará da edição especial de aniversário, que será publicada a 5 de março, dia em que o jornal celebra 24 anos.

A gaúcha passará uns dias em Lisboa a preparar essa edição. Há a coincidência de ela ter editado o seu primeiro disco em 1990, ano em que o "Público" saiu para as bancas pela primeira vez, e de ter um disco que se chama "Público".

Pelo caminho, Adriana Calcanhotto participará do 4º Festival Literário da Madeira, em Funchal, de 17 a 23 de março. Ao lado dela estará o escritor Luiz Ruffato. Nesta semana que agora termina, aconteceu no país a 15ª edição do Correntes d'Escritas, o Encontro de Escritores Ibero-americanos na Póvoa de Varzim, que neste ano teve como convidado Michel Laub.

BELEZA ESMAGADORA

Ninguém duvida da beleza das ondas gigantes, mas, para dias de chuva, melhor passar o tempo na mostra "O Peso do Paraíso", de Rui Chafes, que este mês se inaugurou no Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian. Abrange 20 anos de produção do artista, que nasceu em 1966 e que traz em si o peso de, nos anos 1990, ter sido considerado um "génio".

Chafes mostra suas esculturas gigantes em ferro, mais de cem obras espalhadas pelo CAM e pelos jardins da fundação. Chama-as "momentos de vida triunfante" e são de uma beleza esmagadora. Quem por lá passar pode aproveitar para assistir a um concerto no Grande Auditório, que reabriu no dia 14, depois de sete meses de obras, que representaram um dos maiores investimento já feitos pela fundação: 19 milhões de euros (R$ 62 milhões). A sala está agora ao nível das melhores da Europa.


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