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Imaginação
PROSA, POESIA E TRADUÇÃO
Quinteto para Cri
ARMANDO FREITAS FILHONAMORO
No início, o calor da sua palmaencontra a temperatura da minha.O cumprimento se aprofundaentre as duas conchas de peletão íntimas como as menosimediatas, e o suor é o mesmoque vai cobrir e unir o comprimento todo dos dois corpos depois.
PROVA DE AMOR
Quando sua mão tocavano meu ombro não eranão era somente ali que eu a sentia. O toque se alastravatomava conta e cobria todo o corpo.A sensação durava com o calor certoe você me colhia por dentro.Eu cabia inteiro no fervor da sua mão.
NOME
Cri em outra língua é grito.Nesta em que eu falo é chamadocotidiano, terno ou alteradono vaivém do amorpelo beijo ou berro, que lambe ou morde.
PERSEGUIDA
Enfio o rosto no seu regaçoa cara, a cabeça todano cabelo crepitante, entreabertobrotando na beira, na origemno abismo do mundoe a provo e a possuo e molhoe molho-me no mesmo molhodo corpo, e da suada fantasia.
LA GRANDE BAIGNEUSE
O vapor da água do banhoé a última roupa, negligenciávelantes da sua nudez, que o espelhoregistra: veste ainda e se esgarçadevagar, depois da banheira esvaziar-see da mão limpar o reflexo embaçado.Banho longo: a água competiucom sua pele qual era a mais lisa. Après le bain, sua nudez de costas(sua pele é meu único luxo)não tem pressa de enxugar-sena paz de um quarto de hotel, em Paris.