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Porcelanato ganha na praticidade, mas oferece armadilhas
Indústria brasileira reforça oferta, preço cai e material se populariza; há peças que imitam madeira e pedra
Escolha do porcelanato deve ser adequada ao ambiente; peças brilhantes são mais escorregadias e riscam
O porcelanato virou um hit em lançamentos e reformas nos últimos três anos, desde que a produção nacional se intensificou e os preços desaceleraram. E a oferta, hoje, é farta: é possível achar peças que imitam madeira e pedra, reproduzindo textura e cores.
Essa versatilidade, para alguns, traduz-se em praticidade e sofisticação e, para outros, em "gosto questionável". No meio do caminho, há o critério funcionalidade.
"Acabo usando o porcelanato na área de serviço devido à praticidade. Mas é preciso conhecer bem o produto para que, no futuro, o cliente não fique insatisfeito com riscos e manchas", diz a arquiteta Marina Linhares, que prefere pedras naturais, por considerá-las mais bonitas e sofisticadas.
As peças podem ter acabamento brilhante, semibrilhante ou rugoso. Segundo Ana Paula Menegazzo, superintendente do CCB (Centro Cerâmico do Brasil), o porcelanato brilhante está mais suscetível a riscos e deve ser evitado em "ambientes expostos a areia e outros materiais abrasivos."
Um risco iminente também é o da queda. "A resistência ao escorregamento não é característica nata de superfície do produto, mas uma condição. Só que muita gente opta pelo porcelanato somente pelo visual e se esquece da segurança", diz Menegazzo.
Ela recomenda que o consumidor investigue se a rugosidade oferecida pelo fabricante é a ideal para o tipo de uso que o material terá.
Para as áreas molhadas, como banheiro, cozinha e área de serviço, os profissionais recomendam peças com coeficiente de atrito maiores de 0,4%, como o do produto rugoso. Essa informação costuma estar no catálogo do produto, disponível nas lojas e também na internet.
A absorção de água é o indicativo de porosidade da peça e o fator que diferencia o porcelanato de outros materiais (que tentam se passar por ele).
No esmaltado (brilhante), a absorção de água é menor ou igual a 0,5%, enquanto, no polido (com brilho variável), tem que ser menor ou igual a 0,1% --fator que pesa no preço, já que o processo de fabricação tem que ser "mais rigoroso".