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Imóvel comprado em leilão sai por preço abaixo do mercado, mas as pechinchas são cada vez mais raras
A possibilidade de comprar um imóvel por um preço bem abaixo do mercado atrai cada vez mais interessados aos leilões. A concorrência maior antes da batida do martelo, porém, reduz a probabilidade de grandes descontos.
Arrematantes e especialistas contam que percentuais acima de 10% se tornaram menos frequentes. Mais um motivo para os interessados redobrarem os cuidados com esse tipo de negócio, já que o vencedor deve considerar no cálculo todas as despesas.
Arrematar o bem com o morador ainda dentro ou desconhecer o real estado do imóvel são alguns dos pontos que precisam de atenção.
O engenheiro Dahyl Queiroz, 36, conta que comprou três imóveis via leilão, em Campinas (a 92 quilômetros de São Paulo) e Jaguariúna (a 123 quilômetros). O primeiro, para morar, foi adquirido há cinco anos. Os demais, para investimento, foram comprados em janeiro passado.
Nos dois últimos, mesmo efetuando o pagamento 24 horas após o leilão, ele só recebeu a carta de arrematação --documento necessário para passar o imóvel para o próprio nome-- no mês passado e de apenas um deles.
E, mesmo finalmente com a carta em mãos, Queiroz não poderá iniciar logo a reforma, pois terá de esperar a saída do atual morador.
Ainda assim, vale a pena o investimento? Segundo especialistas, sim, desde que o arrematante ponha na ponta do lápis os custos envolvidos, consiga um bom abatimento no preço e esteja preparado para lidar com a desocupação da casa ou apartamento.
"Para investir, busco um desconto de pelo menos 30% no preço do imóvel [em relação ao de outros na mesma região], já que é preciso pagar leiloeiro, documentação, reforma, eventuais custos com advogado e taxa de corretagem para a imobiliária vendê-lo depois", afirma.