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Mix de homem e máquina

Festival em Linz, na Áustria, funciona como um radar do que está por vir na arte, na tecnologia e na sociedade

O Festival Ars Eletronica ocorre desde 1979 na Áustria e é tido como o primeiro a discutir a relação entre arte, tecnologia e sociedade.

Na cidade de Linz, por cinco dias, artistas, neurocientistas, filósofos, engenheiros, acadêmicos e curiosos do mundo todo se reúnem para entender como as novas tecnologias digitais influenciam nossas vidas.

Se os artistas funcionam como uma espécie de antena, captando as transformações do nosso tempo e traduzindo isso em suas obras, analisar sua produção é conferir o que está por vir.

Minha sensação, aqui em Linz, é a de que abri uma janela para espiar o que esse amanhã nos promete e garanto: é de tirar o fôlego.

Bioarte, cultura ciborgue, inteligência artificial, realidade aumentada, computação afetiva, impressão 3-D, robótica, comunidades digitais e nanotecnologia são algumas das questões em pauta.

Destaco três obras que sugerem caminhos surpreendentes. A primeira delas é a "Refugees United", uma organização que ajuda refugiados a reencontrar familiares desaparecidos por meio de uma plataforma digital (via internet e celular), construída de forma aberta e colaborativa. Uma africana contou que achou a irmã, após 20 anos, sendo que elas estavam a apenas cinco quilômetros de distância uma da outra.

Outra obra de destaque é de Patricia Piccinini, que cria esculturas de silicone hiper-realistas. São criaturas que refletem as manipulações genéticas e nossa era de controle biológico.

A terceira é a performance "The Blind Robot", de Louis-Philippe Demers, em que braços de um robô tateiam o rosto do espectador, como no gesto de uma pessoa cega que descobre o outro. A obra desperta uma afetividade curiosa entre homem e máquina e nos lembra desse momento histórico em que o orgânico e o digital se misturam.


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