Compartilhado, imóvel de 3 quartos é opção mais barata em SP

INGRID FAGUNDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os apartamentos de três quartos se mostram uma boa opção para quem quer pagar menos no aluguel e está disposto a compartilhar espaços com outras pessoas.

Segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), em agosto, o aluguel desses imóveis teve a menor alta frente a julho: 1,4% --ante variação de 2% para os imóveis de um quarto.

No começo deste ano, o sociólogo Tulio Custódio, 29, notou essa tendência. Após sair de um relacionamento, decidiu morar sozinho.

Visitou vários prédios, nos quais as quitinetes de, em média, 40 m² tinham aluguéis entre R$ 1.200 e R$ 2.500.

Estava quase fechando o contrato de uma, quando soube de uma vaga no apartamento onde morava uma amiga, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.

O aluguel do espaço de 90 m² e três quartos é R$ 3.000. Dividindo o valor e as contas como faxina e luz, Custódio paga R$ 1.100 por mês. "É 50% a 60% mais barato. Sem incluir os gastos com mobília. Só montei meu quarto."

Para ele, a estrutura também é melhor. "Nas quitinetes, o chão às vezes é estourado, há infiltrações."

Ele e a amiga acabaram de conseguir um terceiro morador --há pouco tempo uma garota saiu por problemas de convivência. "Dividir envolve paciência", adverte.

O designer Vagner Almeida, 42, já vê a relação entre os moradores como um benefício. Ele divide um imóvel de 140 m², na Consolação (região central) com dois amigos.

"Você não se sente sozinho em uma cidade que isola a gente", pondera.

O doutorando em computação Fábio Botler, 26, concorda. Ele divide com dois amigos um imóvel de 130 m² na rua Augusta. "É bom. Dá para bater na porta do cara e chorar pelo fim do namoro."