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Terraço leva o 'condomínio' para casa

Privacidade oferecida pela sacada é apontada por moradores como vantagem; custo é menor para incorporadora

Varanda gourmet e sala de eletrônicos indicam processo de individualização, diz presidente de instituto

DE SÃO PAULO

O engenheiro químico Fábio Siccherino, 45, é um dos compradores que ajudaram a colocar as varandas gourmets na moda. Apaixonado por churrasco, ele condicionou a compra de seu apartamento em Santo André (Grande São Paulo) à existência do espaço.

"Churrasco é um ritual para mim, ainda mais com a privacidade da varanda gourmet", diz ele, que não conta com a opção da churrasqueira no condomínio.

Ainda que o empreendimento onde vive Siccherino não seja a regra -muitos edifícios com terraço gourmet ainda têm churrasqueira na área comum-, a privacidade e a facilidade de fazer churrasco na própria residência distanciam cada vez mais os moradores da convivência.

"Meu condomínio tem três quiosques de churrasqueiras, mas acabo não os usando", diz o fotógrafo Régis Fernando da Silva, 37, dono de uma varanda gourmet de seis metros quadrados.

Com a popularização dessas "sacadas turbinadas", já há apartamentos com 46 metros quadrados sendo vendidos com esse chamariz, mesmo que venham sem pia ou churrasqueira -o que ocorre também em empreendimentos com área útil maior. Nesse caso, a varanda tem ligação direta com a cozinha.

Segundo Marcos Araujo, presidente da empresa de pesquisas Datastore, a varanda gourmet faz parte do movimento de individualização dos itens oferecidos nos empreendimentos imobiliários.

"As vagas na garagem para visitantes e a sala extra, voltada para o uso de TVs e outros aparelhos eletrônicos, seguem a mesma linha", diz.

ÁREA ÚTIL

O comerciante Ivo Ricardo Capasso, 46, desistiu de vender seu imóvel porque ganhou privacidade ao fechar com vidro a varanda gourmet. "Ela se tornou o lugar mais frequentado do apartamento. Eu não ligava para o espaço, mas agora é lá onde tudo acontece e onde todo mundo fica. Uso para ler, trabalhar, jantar."

Para envidraçar o espaço, ele esperou o assunto entrar na pauta da assembleia de condomínio. De início, a síndica proibia o envidraçamento da sacada, por representar alteração de fachada.

"Como um morador já tinha fechado a dele, o assunto entrou na pauta. Ele não foi punido, e o fechamento com vidro foi liberado. A construtora concordou."

Gláucio Gonçalves, do EB-A (Espaço Brasileiro de Arquitetura), diz que o terraço representa um custo menor às incorporadoras, o que contribuiu para o espaço ter caído no gosto do mercado.

"Não é preciso fechar a parede e colocar a janela, o que torna o custo mais baixo e a construção mais rápida. Além disso, a varanda é vendida como área útil."


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