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Ciberataque a carro é ameaça que está perto de ser realidade
Montadoras se preocupam cada vez mais com o tema
Até pouco tempo, hackear um carro parecia coisa de novela de ficção científica, mas essa ameaça está se tornando cada vez mais real, fazendo com que a indústria estude formas de proteger os veículos de ciberataques.
"Os carros estão se tornando aparelhos conectados", disse Ralf Lamberti, da montadora alemã Daimler. "Estamos protegendo os veículos com equipamentos de última geração para garantir que ataques não ocorram."
O carro de hoje é um computador móvel sofisticado, em que softwares e eletrônicos respondem por 50% do seu valor. Muitos veículos estão equipados com Bluetooth ou WiFi e cada uma dessas conexões representa um alvo em potencial ou um meio para um ataque hacker.
"O risco de um carro ser hackeado é hoje bastante baixo, uma vez que os sistemas ainda são bastante heterogêneos, o que exige ataques individuais, mais dispendiosos", afirmou Marko Wolf, consultor em segurança.
"No entanto, testes mostram que os riscos vão crescer à medida que a conectividade dos carros aumentar", completa o especialista.
Em um teste feito por pesquisadores das universidades da Califórnia, San Diego e Washington, um carro anda a cerca de 70 km por hora em uma pista. Atrás dele, em outro veículo, um hacker lança um ataque digital via laptop. O resultado é que o sistema eletrônico de freio do carro à frente deixa de funcionar.
Na Ford, os engenheiros buscam garantir que o sistema Sync (de comunicação e entretenimento) resista a ataques.
Para Jack Pokrzywa, da SAE International (organização que estabelece padrões para o setor automobilístico), o uso crescente de eletrônicos nos veículos "é um desafio para a indústria como nunca houve antes".
A SAE formou um comitê para criar padrões de segurança para os sistemas elétricos que inclui representantes de montadoras, fornecedores, fabricantes de semicondutores e empresas de segurança e de consultoria.