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Abertura às vésperas de crise afeta empresa

Nutriplant inaugurou segmento de acesso a pequenas e médias da Bolsa em 2008, pouco antes da turbulência global

Produtora de microfertilizantes teve de mudar planos de usar dinheiro de operação em aquisições

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A decisão da Nutriplant de abrir o capital, em 2008, foi tomada em consequência de um período de crescimento da empresa, produtora de microfertilizantes.

Com isso, ela inaugurou o Bovespa Mais, segmento de acesso da Bovespa para pequenas e médias empresas.

Ricardo Pansa, presidente e diretor de relações com investidores da Nutriplant, diz que, após a aquisição da empresa pela família, em 2004, houve crescimento muito expressivo. A receita anual subiu de R$ 15 milhões em 2004 para R$ 54 milhões em 2008.

"Quando uma empresa cresce, precisa de dinheiro para se sustentar. Você tem dores de crescimento: demanda de capital de giro, troca de equipamento."

Para suprir essa necessidade, Pansa diz que já havia utilizado as opções mais comuns: usar o lucro da operação para reinvestimento e pegar dinheiro emprestado. Restava, então, procurar mais sócios para a empresa.

Da decisão até a oferta pública passou um ano: seis meses até a escolha de negociar ações na Bolsa e mais seis meses para cumprir todas as etapas do processo de abertura de capital.

Começaram com conversas com gestores de fundos de investimento, que demonstravam interesse na empresa. Mas, segundo Pansa, alguns dos possíveis investidores não poderiam aplicar seus recursos na Nutriplant, pois, devido ao regulamento do fundo, só investiam em ações negociadas em Bolsa.

FACILIDADE

Segundo ele, a Nutriplant teve mais facilidade do que a maioria das empresas durante o processo. Por ter sido fundada por duas companhias norte-americanas, seus balanços já eram auditados.

Ao final, foram captados R$ 20,7 milhões em fevereiro de 2008, que deveriam ser aplicados na aquisição de novas empresas. Desses, R$ 2 milhões foram gastos com pagamento de profissionais envolvidos com o processo.

Poucos meses depois da entrada da Nutriplant no mercado, houve uma mudança brusca nos planos. "A gente tem que lembrar que 2008 foi terrível para o mercado financeiro no mundo inteiro."

Como exemplo, ele cita o fato de que no segundo semestre do ano não aconteceu mais nenhuma abertura de capital na Bovespa.

Daí em diante, as ações da Nutriplant se desvalorizaram. Dos R$ 10 na oferta inicial, caíram para R$ 3. Porém Ricardo diz não acreditar que correspondam ao valor real da empresa.

"Como alocamos as ações que foram vendidas em cinco fundos com uma visão de longo prazo, tivemos pouca liquidez. Nenhum acionista comprou e vendeu nossas ações no dia seguinte."

Mesmo assim, ele diz que reavaliaria a decisão tomada em 2008, de ter a maior parte das ações em investidores institucionais, para ter mais papéis em posse de pessoas físicas e, consequentemente, mais negociações.

Entre os acionistas estão BNDES, Fama Investimentos, o fundo Galícia, a gestora Praga e HSBC. A família controladora detêm 79% das ações.


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