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BB oferece R$ 2 bi por mais 25% do Banco Votorantim

Proposta, feita na semana passada, deixa instituição estatal com 75% do antigo banco da família Ermírio de Moraes

Acordo de acionistas mantém banco como de capital privado, para não perder agilidade na tomada de decisões

NATUZA NERY DE BRASÍLIA TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Maior instituição financeira do país, o Banco do Brasil ofereceu cerca de R$ 2 bilhões para comprar mais 25% do Banco Votorantim.

O objetivo do negócio é ampliar a influência no antigo banco da família Ermírio de Moraes, com quem divide a gestão desde 2009, quando pagou R$ 4,2 bilhões pela metade do banco.

Apesar de chegar a 75% do capital, o BB seguirá com minoria do capital votante (49,99%) para não caracterizar a operação como uma "estatização".

Não interessa à cúpula do BB engessar a instituição às amarras de banco público. Como instituição privada, o Votorantim mantém a agilidade na tomada de decisões de investimento, empréstimos e participação de concorrências, além de contratação e remuneração de pessoal sem concurso público.

ACORDO DE ACIONISTAS

Apesar de permanecer como minoria do capital votante, o BB está propondo ao Votorantim um novo acordo de acionistas para ter mais controle sobre a gestão da instituição, como nomeação de diretores e eventual reestruturação de setores.

A reunião em que o BB ofereceu cerca de R$ 2 bilhões ocorreu na semana passada entre as cúpulas das duas instituições. Os sócios ficaram de estudar a proposta e dar uma resposta em seguida.

Segundo uma fonte, "a bola está com o Votorantim" e o negócio deve ser concretizado em breve.

Desde janeiro, o BB admitiu, em comunicado ao mercado, que estudava a possibilidade de comprar o restante da participação no banco.

Especializado em financiamento de carros usados, segmento de inadimplência alta, o Votorantim teve prejuízo de R$ 1,98 bilhão em 2012 devido às novas regras de contabilização de receitas e de perdas que obrigam a instituição a dilui-las ao longo do prazo do financiamento.

Antes, a venda de uma carteira de crédito, por exemplo, era contabilizada de uma só vez, podendo dar a falsa impressão de que as receitas adiantadas cobriam perdas que só mais tarde seriam materializadas.

SANEAMENTO

Por outro lado, o banco está saneado e deve voltar a dar lucro no último trimestre deste ano.

Com a adoção de sistemas de controle de risco do BB, o Votorantim reduziu a inadimplência no financiamento de carros de 6,1%, em maio do ano passado, para 5,3% em dezembro.

As atuações são complementares: enquanto o BB financia carro novo para os clientes nas agências, o Votorantim faz empréstimos dentro das concessionárias e nos feirões, para não-clientes.

O BB está em todos os segmentos de crédito a empresas, já o Votorantim tem um braço de investimento capaz de fazer operações customizadas para clientes de diferentes portes.

O Votorantim tem uma gestora de fundos que funciona como uma butique focada na alta renda. Já o BB é dono da maior gestora de recursos do país (BB DTVM) e atua mais no varejo bancário e com clientes institucionais, como os fundos de pensão.


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