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Para ex-doméstica, vida melhora com trabalho em lavanderia

MARINA ESTARQUE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Palavras positivas são recorrentes na fala de Generosa Diana, ex-doméstica que trocou a profissão para trabalhar em uma lavanderia. Ela "está muito feliz" e "ama" a nova função.

O seu entusiasmo se explica pela qualidade de vida que afirma ter agora. Hora de almoço, oito horas diárias de trabalho, hora certa para entrar e sair. E, sobretudo, mais tempo para ficar com a filha, de dez anos. O salário, segundo ela, não mudou.

Poucos benefícios e longas jornadas foram as razões da baiana para deixar o serviço doméstico há menos de um ano. Junto com ela, 133 mil pessoas abandonaram o setor nos 12 meses terminados em fevereiro, segundo o IBGE.

A tendência pode aumentar com a nova lei dos domésticos, já que o custo do serviço deve crescer. Generosa não se abala: "Dizem que vai gerar desemprego. Pode ser, mas o justo é o justo".

Para ela, a ausência desses direitos era uma discriminação. "Fiquei 14 anos em casa de família e sentia que estava jogando a minha vida no lixo. Sabia que, quando saísse, não ia ter direito a nada."

Por isso, aos 47 anos e com carteira assinada, pediu demissão. Após um curso profissionalizante, conseguiu seu emprego atual.

"Estou muito satisfeita com ela", afirma a dona da lavanderia Mundo Limpo.

Para a presidente da Associação Nacional das Empresas de Lavanderia, Paola Tucunduva, o setor preten- de atrair essa mão de obra através de parcerias para a formação.

"Não precisa ter ensino médio, porque limitaria muito. O que mais nos importa é o comprometimento. E isso elas têm, além de habilidade para o trabalho", defende.

Foi essa motivação que fez Generosa completar os estudos com 30 anos, em São Paulo, enquanto era doméstica. Na sua cidade natal, completou somente o primário.

Já com 14 anos plantava feijão, milho e mandioca. O pai trabalhava em São Paulo e enviava dinheiro para a família. Dava para pouco: comida, roupa e sapato.

Atualmente, a vida de Generosa melhorou. Motivo para mais otimismo: "Antes não sobrava, hoje sobra".


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