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Operar expectativa não é preocupação do BC, diz analista

TONI SCIARRETTA ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

A decisão de elevar os juros em 0,25 ponto surpreendeu o mercado, não só pelo aumento menor do que o esperado mas também pelos dois votos a favor da manutenção.

O resultado demonstrou que o BC está mais preocupado com a fragilidade econômica do que com as expectativas de inflação.

Para mexer com as expectativas, o BC deveria ter promovido um aumento de 0,5 ponto, reafirmando sua independência e seu compromisso de mostrar que "está no leme".

"Ancorar expectativas não é nenhum fetiche. A meta de inflação gira em torno de expectativas. Para isso, o BC tem que entregar a inflação, ano a ano, dentro da meta. Se não entrega, isso se incorpora nos salários e nos preços", disse o economista Alexandre Schwartsman, ex-BC.

"O aumento de 0,25 mostra a coerência de que eles não estão preocupados com o diagnóstico de expectativas", disse o economista José Francisco de Lima Gonçalves, do Fator.

Para ele, ficou claro o que o BC chamava até então de cautela: "É cautela com a fragilidade da economia externa e a nossa. Nos textos anteriores, essa incerteza poderia significar cautela com a inflação".

INCERTEZA

Na leitura de Tatiana Pinheiro, economista do Santander, a decisão confirmou um sentimento de que os integrantes do Copom não estavam convencidos sobre a ação que deveria ser tomada diante do aumento de preços.

A equipe do banco previa estabilidade da taxa e agora deve mudar para três aumentos de 0,25 ponto (abril, maio e junho), levando a taxa básica a 8%.

"Não havia unanimidade de usar o instrumento de juros. Inflação é um problema, há desconforto, mas prevalece a preocupação com a atividade econômica e com a deterioração do cenário internacional."

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o combate à inflação "não se resolve com bravata" e que o cenário de alta de preços não é "dramático, mas preocupante".

"Quando há vários elementos que provocam inflação simultaneamente, é necessário ficar atento."

Colaborou DANIELA LIMA, de São Paulo


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