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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
EUA reveem posição brasileira na carne bovina
A participação brasileira no comércio mundial de carne bovina não é tão ruim como previa o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no segundo semestre do ano passado.
A revisão é do próprio Usda e consta em relatório de ontem. Em outubro de 2012, os EUA previam que a Índia teria 24% do mercado mundial neste ano. Ao Brasil, até então líder, caberiam 16%.
Os novos números têm mudanças drásticas. A Índia não deverá exportar 2,2 milhões de toneladas de carne bovina neste ano, mas apenas 1,7 milhão. Com isso, a participação dos indianos no comércio mundial será de 19%.
Já o Brasil, cujas vendas estavam previstas em 1,45 milhão de toneladas, deverá exportar 1,6 milhão de toneladas, garantindo 19% do mercado mundial. A Austrália se manterá em terceiro lugar, com 1,5 milhão de toneladas, seguida dos EUA, que exportarão 1,1 milhão.
Os dados de carnes bovina e suína se referem a peso equivalente carcaça, ou seja, carne com osso. O mercado se utiliza desse padrão para ter um mesmo parâmetro para as diferentes formas de carne exportada.
Para transformar a carne desossada em volume equivalente ao de carne com osso, por exemplo, multiplica-se o peso da primeira por 1,47.
A produção mundial de carne bovina sobe 0,5% neste ano, para 57,5 milhões de toneladas, para um consumo de 56 milhões de toneladas.
Já a produção de aves cresce 2%, atingindo 90 milhões de toneladas, enquanto a de suínos vai a 107,4 milhões, com avanço de 1,8%. O consumo mundial de carnes de aves e suína fica em 88,4 milhões de toneladas e 107 milhões, respectivamente.
O Usda aponta um comércio mundial de 8,6 milhões de toneladas de carne bovina, 6% mais do que em 2012.
O Brasil exportará 620 mil toneladas de carne suína equivalente carcaça, ocupando a quarta posição mundial. No caso do frango, o país mantém a liderança mundial com 3,6 milhões de toneladas, segundo o Usda.
A produção mundial de carnes --aves, suína e bovina-- atingirá 255 milhões de toneladas neste ano, 1,6% mais do que em 2012.
No mesmo período, o consumo sobe para 251,4 milhões de toneladas, 1,8% mais do que no ano anterior.
Queda 1 As 40 principais empresas exportadoras brasileiras obtiveram US$ 26,2 bilhões nos três primeiros meses. Esse valor indica queda de 2,9% sobre igual período do ano passado.
Queda 2 A líder Vale elevou para US$ 5,57 bilhões as receitas, 3,8% mais do que em 2012. A Petrobras, no entanto, teve queda de 50,3% ao ver as receitas de US$ 5,57 bilhões de janeiro a março de 2012 recuarem para apenas US$ 2,77 bilhões neste ano.
Deficit O cenário não foi nada bom para a Petrobras, que teve gastos de US$ 10,2 bilhões com importações. O deficit foi de US$ 7,4 bilhões no período.
Superavit A BRF Brasil Foods S.A. (união entre Sadia e Perdigão) teve receitas de US$ 1,24 bilhão neste primeiro trimestre, de acordo com a Secex.
Efeito Brasil As vendas de fungicidas e de inseticidas no Brasil ajudaram a impulsionar a receita da Syngenta no primeiro trimestre.
Valores As vendas mundiais da multinacional atingiram US$ 4,6 bilhões no trimestre, 6% mais do que o obtido em igual período do ano passado.
Onde cresce O maior crescimento foi na América Latina, onde a empresa conseguiu vendas 14% superiores no trimestre. Na Europa, o aumento foi de 10%, e, na América do Norte, de 6%.