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Análise

A relação entre o baixo desemprego e a alta inflação

O crescimento impõe uma redistribuição de bens e serviços escassos no curto prazo

ANDRÉ PERFEITO ESPECIAL PARA A FOLHA

Conseguimos mais uma vez jogar a taxa de desemprego para o menor patamar da história, mostram dados divulgados ontem pelo IBGE.

Cenário positivo também no rendimento do trabalhador, que recebeu em média R$ 1.855 em março, valor praticamente estável em relação ao mês anterior e um avanço de 0,6% em relação ao ano passado em termos reais.

Boas notícias, não? Na verdade mais ou menos, mas isso depende de qual lado da moeda você está observando.

Ontem, também foi divulgada a ata da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), analisada com lupa por investidores na tentativa de antecipar as próximas decisões de política monetária.

O BC vem repetindo à exaustão que vê com preocupação a "estreita ociosidade no mercado de trabalho" --que se traduz no aumento dos salários acima da inflação. Em outras palavras, significa dizer que a renda valida a alta dos preços atual.

O Brasil está crescendo, e isso é bom, mas o crescimento está impondo à sociedade brasileira uma redistribuição dos bens e serviços disponíveis que são, por definição, escassos no curto prazo.

Para deixar a escassez e criarmos as bases para o crescimento econômico ser virtuoso --e não se esvair do sistema na perda de calor via inflação--, é necessário investir.

Investir, contudo, significa construir o futuro, e isso se faz com uma leitura do presente e uma aposta no futuro.

A ponte entre o presente escasso e um futuro menos restritivo se dá pela forma que nos relacionamos com a moeda. É a moeda que cria a ponte entre o presente e o futuro, e por isso a taxa de desemprego e a ata do Copom estão intimamente ligadas.

Se você me perguntar, acho que o Brasil é, sim, um grande negócio e investir irá render bons frutos.

Se você acha, no entanto, que o Brasil não tem as condições de resolver seus problemas de médio e longo prazos (em razão da falta de educação básica, corrupção etc.), você está apostando que o consumo só vai se traduzir em calor, sem, com isso, construir o passo para o futuro do investimento.

Há a cara e a coroa dos dados do desemprego divulgados ontem. Cabe a você, investidor, escolher. Ou, quem sabe, simplesmente jogar a moeda para cima.

Na internet
folha.com/no1268479


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