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Trio brasileiro enxuga custos e lucro do Burger King sobe 150%
Ganhos da cadeia de fast food aumentam mesmo com uma queda de 42,5% na receita
Controle de gasto é marca registrada de Lemann, Sicupira e Teles, que compraram rede americana em 2010
Com uma estratégia agressiva de corte de custos, a rede de restaurantes fast food Burger King fez seu lucro líquido subir 150% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012. O ganho, nas operações globais, foi de US$ 35,8 milhões.
O surpreendente é o fato de o forte aumento no lucro ter sido acompanhado por uma queda de 42,5% na receita líquida total da empresa --que somou US$ 327,7 milhões entre janeiro e março deste ano.
Para obter o bom resultado, portanto, foi necessário um corte agressivo nos custos --uma das marcas registradas do fundo 3G Capital, dos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. O fundo comprou a rede de fast food em 2010.
No primeiro trimestre, os custos totais caíram 69,5%, para US$ 108,1 milhões, influenciados principalmente por gastos 70% menores com a aquisição de matérias-primas (como alimentos e embalagens) e por uma queda de 69% nas despesas com funcionários.
A forte queda nos custos e despesas permitiu ao Burger King uma conquista rara no mundo corporativo: a margem operacional mais que dobrou em um ano, de 14,7% no primeiro trimestre do ano passado para 31,2% em 2013.
O controle de custos, ao lado da meritocracia, é a cartilha básica adotada pelo trio de empresários brasileiros nas empresas que lideram --o maior exemplo é a Ambev.
O fundo 3G Capital também mudou a estratégia de negócios do Burger King --que passou a se basear mais no sistema de franquias do que no de unidades próprias.
No último trimestre, o faturamento com restaurantes controlados pelo próprio Burger King foi 30,6% menor, enquanto a receita com franquias avançou 18,9% no intervalo.
Neste ano, o trio de empresários brasileiros comprou, em sociedade com o megainvestidor Warren Buffett, a empresa de alimentos Heinz.