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Exportações de metais caem 18% em abril

RENATA AGOSTINI DE BRASILIA LUCAS VETTORAZZO DO RIO

Não é apenas a derrocada das vendas de petróleo no exterior que explica o mau momento da balança comercial brasileira, que acumula um resultado negativo recorde de US$ 6 bilhões até abril.

A metalurgia, um dos principais setores da pauta industrial, vem amargando quedas sucessivas nas exportações. Depois do petróleo, foi o produto cujas vendas externas mais caíram em abril: 18%.

O cenário se repete no acumulado do ano, com redução de 13%. Em 2012, o tombo foi de 11%, com retração em 9 de 12 categorias, entre aço, alumínio e ferro fundido.

O alto preço dos produtos siderúrgicos brasileiros, que representam metade das exportações da metalurgia, e a agressividade da indústria chinesa são as principais razões para a situação desfavorável, apontam especialistas.

EFEITO CHINA

O avanço chinês vem fazendo os preços internacionais desabarem e a capacidade ociosa da indústria no mundo, próxima a 25%, tornou a disputa entre as siderúrgicas ainda mais acirrada.

No primeiro trimestre, a produção chinesa de aço bruto aumentou 10%, puxando a mundial, que cresceu pouco mais de 2%. No mesmo período, a brasileira caiu 4%.

O cenário adverso não impediu o aumento da produção de outros países emergentes. Índia, Rússia e Turquia registraram alta. Nações desenvolvidas, como EUA e Coreia do Sul, também tiveram crescimento.

Enquanto a China irriga o mundo com aço barato, o Brasil é refém de uma estrutura cara. "Vendíamos para mais de 40 países e perdemos essa competitividade", diz Marco Polo Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil. Para ele, a perda de espaço na América Latina é preocupante.

Para empresários, a desvantagem brasileira resulta da combinação de alta carga tributária, câmbio desfavorável e infraestrutura deficiente.

"A moeda é muito valorizada. Se compararmos com a Turquia, a diferença chega a 40%. A questão tributária também é ruim. Temos mais de cem pessoas para cuidar de impostos aqui. Em nossa operação norte-americana, duas", disse André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente da Gerdau, em evento no Rio na semana passada.

Analistas apontam, no entanto, que o problema não está só nos gargalos estruturais: é preciso aumentar a produtividade das siderúrgicas. Em relação a rivais estrangeiras, Usiminas, CSN e Gerdau têm, em média, o dobro de funcionários por tonelada vendida.

"Com a mudança no cenário externo, nossas ineficiências ficaram mais evidentes. Antes dava para escoar produto caro. Agora, não dá mais", diz Ricardo Correa, diretor da corretora Ativa.


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