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Petrobras arrecada US$ 11 bilhões com venda de títulos

Montante é o quinto maior já obtido no mundo por uma empresa e servirá para bancar o plano de investimentos da companhia

DENISE LUNA DO RIO

Com necessidade de caixa para cumprir seu ambicioso plano de investimentos de US$ 236,5 bilhões até 2017, a Petrobras fechou ontem a quinta maior captação de empresas da história, obtendo US$ 11 bilhões em bônus internacionais --títulos de retorno fixo para o investidor.

A operação, a de mais alto valor feita por uma companhia de país emergente, foi em seis partes, com vencimentos entre 3 e 30 anos.

Até então, o recorde de uma empresa de país emergente era da estatal venezuelana PDVSA (também do setor de petróleo): US$ 7,5 bilhões em 2007.

O custo da dívida, afirmam analistas, ficou abaixo do esperado, mostrando a boa fase do mercado internacional, com excesso de recursos para investir, diz Álvaro Bandeira, da corretora Órama.

A Petrobras pagou nos títulos de três anos, de prazo mais curto, taxa de até 1,75 ponto percentual acima da remuneração de títulos do Tesouro dos EUA (referência do mercado) de igual prazo.

Para os papéis de 30 anos, a taxa ficou 2,65 pontos percentuais além do custo de captação do Tesouro dos EUA.

"Saiu a uma taxa muito boa, o que mostra que o momento de captação no mercado internacional é muito oportuno. A Petrobras aproveitou uma janela aberta pelo governo", disse Bandeira.

O Brasil captou US$ 750 milhões nos mercados europeu e norte-americano no dia 10 de maio, com opção de mais US$ 50 milhões no mercado asiático. Os papéis, com vencimento em 5 de janeiro de 2023, têm retorno de 2,75 pontos percentuais acima do dos títulos do Tesouro dos EUA.

Segundo a Folha apurou, a demanda pela oferta da Petrobras totalizou US$ 41 bilhões, o que favoreceu a obtenção de taxas favoráveis.

Para o analista Ricardo Correa, da corretora Ativa, a operação dá fôlego à Petrobras e "tão cedo" o mercado não vai ficar preocupado com o caixa da companhia --que sofre pela obrigação de importar combustível a preços altos, sem repasse integral no mercado interno.

Sem conseguir gerar receita para cobrir os robustos investimentos, a empresa prevê que o fluxo de caixa só voltará a ficar positivo em 2015.

"Vamos deixar de falar do caixa da Petrobras para falar agora do endividamento", disse Correa, que não viu relação entre a captação e a forte queda das ações preferenciais (2,36%) da empresa na Bovespa ontem.

"Só de a empresa conseguir captar já é uma notícia positiva. E as taxas vieram dentro do esperado."

Segundo ele, é cedo para saber se o nível de endividamento em relação ao patrimônio líquido, observado pelas agências de rating, irá ultrapassar os 35%, limite estipulado pela própria empresa para evitar rebaixamento. No final do primeiro trimestre, essa relação era de 31%.


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