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Análise

Sem NY como guia, Bovespa perdeu o rumo das compras

ÁLVARO FAGUNDES EDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO"

O sonho da Bovespa de fazer compras na Times Square e de tirar fotos no Central Park em Nova York para mostrar ao amigos no Facebook está longe como nunca de virar um carnê para ser pago em 12 prestações.

A realidade da Bolsa de Valores local é bem diferente da dos brasileiros do pleno emprego, em que viajar a Manhattan e voltar com enxoval da Gap é muito mais comum que cinco anos atrás --foram quase US$ 2 bilhões despejados em Nova York em 2012.

Tomando como parâmetro o ápice da Bovespa (maio de 2008), foram quase três anos em que o indicador brasileiro usou como guia turístico o Dow Jones, o principal índice da Bolsa de Nova York.

Se os investidores corriam às compras de ações e o Dow Jones estava eufórico, a Bovespa também subia. Nos momentos opostos, o mercado de capitais brasileiro também encolhia como o dos EUA.

No entanto, em meados de 2011 elas pararam de andar juntas e, como nunca antes nos últimos dez anos, foi a Bovespa que saiu perdendo.

Comparar hoje o retorno das duas Bolsas é como olhar para a boca de um jacaré, só que, impensável até pouco tempo atrás, é a Bovespa que está na parte de baixo --e bem abaixo.

A Bolsa de Valores brasileira, obviamente, sentiu os efeitos de uma economia que não cresce com a vitalidade que se esperava.

Mas, de modo especial, foi afetada pelas incertezas.

Medidas como controle dos preços de combustíveis da Petrobras (a principal ação da Bovespa), negociações malconduzidas para a renovação das concessões do setor elétrico, intervenção no câmbio e uma inflação que não cede estão longe de oferecer segurança para o investidor.

E o investidor externo reage como o turista que lê sobre violência, caos nos aeroportos ou sobre os preços exorbitantes dos restaurantes de um certo país: se não dá para ir para o Brasil, vai-se para o México (ou Filipinas, ou Turquia...).

Caso contrário, que se fique em casa --o que explica, em parte, o ressurgimento da Bolsa americana, mesmo que a economia dos Estados Unidos esteja ainda longe do seu potencial.

Afinal, é a mesma segurança que o turista brasileiro procura quando ruma para Nova York: produtos de qualidade e de bom preço. Péssimo para a indústria nacional e para as contas externas do país, é verdade, mas uma lição sobre confiabilidade.


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