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Juros mais baixos fazem crescer a aplicação em planos de previdência
Entrada de novos recursos no primeiro trimestre foi 27% maior que no mesmo período de 2012
Especialistas alertam, no entanto, que é preciso comparar condições e levar em conta as taxas cobradas
O atual cenário de juros baixos impulsionou a arrecadação do mercado de previdência complementar aberta no trimestre. O volume de novos recursos no setor foi de R$ 18,9 bilhões, alta de 26,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados serão divulgados hoje pela Fenaprevi (federação nacional do setor).
Para Osvaldo Nascimento, presidente da entidade, o cenário de juros baixos foi o que influenciou na alta, já que ele torna mais interessante e necessária a poupança de longo prazo.
Ele afirma que, nesse cenário, as opções para aumentar a rentabilidade são correr mais riscos ou alongar parte do patrimônio. "A previdência surge como instrumento de formação de poupança de longo prazo", diz.
"Com uma inflação de 6% e a taxa básica de juros de 7,5%, o juro real é 1,5%. Antigamente, era de 10%. A pessoa não pode olhar a rentabilidade todo dia, porque estamos num cenário volátil de taxa de juros."
Com a alta na arrecadação, a carteira de investimentos alcançou R$ 348,3 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 22,8% ante o mesmo período de 2012.
Segundo Nascimento, a expectativa da Fenaprevi é que o valor chegue a R$ 410 bilhões no final do ano e passe R$ 1 trilhão em quatro anos.
ORIENTAÇÃO
Os planos de previdência privada são um tipo de investimento destinado ao momento em que a pessoa para de trabalhar --logo, têm objetivo de longo prazo.
Segundo consultores, há vantagens como a disciplina forçada de contribuição e a conveniência para fazer as aplicações, além da portabilidade --possibilidade de migrar de instituição, caso o investidor encontre condições melhores em outra.
Os pontos negativos são as taxas cobradas, de administração e de carregamento, que podem corroer boa parte do ganho.
Segundo o educador financeiro Mauro Calil, eles são indicados para quem não tem nenhum conhecimento sobre investimento, não é disciplinado e tem um prazo de pelo menos dez anos para o resgate da aplicação.
Antes de fazer uma previdência privada, os consultores financeiros recomendam definir quanto será possível poupar a cada mês e por qual período.
Além disso, é importante comparar as condições nos bancos e nas seguradoras.