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Deficit da indústria química bate recorde

Com aumento da demanda por importados, setor registra saldo comercial negativo de US$ 30,2 bi em 12 meses

Desoneração de PIS e Cofins da petroquímica ajuda, mas segmento diz que investimentos precisam quadruplicar

AGNALDO BRITO DE SÃO PAULO

O crescimento da demanda por produtos importados pela indústria nacional fez o setor químico atingir nos últimos 12 meses o maior deficit comercial da sua história.

Nesse período, a diferença entre importações e exportações totalizou US$ 30,2 bilhões, cerca de US$ 4 bilhões a mais que nos 12 meses imediatamente anteriores. Somente as importações somaram US$ 44,9 bilhões.

Os importados têm aproveitado a demanda ainda em alta e abocanhado fatia da indústria local. Um terço do consumo no país é atendido hoje por produtos vindos do mercado externo.

Com isso, o deficit alcançou a barreira dos US$ 30 bilhões antes do esperado pelo setor químico e petroquímico --que produz de remédios ao plástico usado em veículos, de fertilizantes a tinta. A estimativa anterior esperava que essa marca fosse atingida apenas no fim do ano.

Para a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), que divulga hoje o levantamento, o resultado é "assustador".

Segundo Fátima Ferreira, diretora da associação, a MP 613 (medida provisória elimina o PIS e a Cofins das matérias-primas usadas na petroquímica) ameniza os problemas do setor, mas "não representa uma mudança".

MAIS MEDIDAS

O setor negocia com o governo outras medidas: desoneração do investimentos; incentivo a produção de fertilizantes e produtos a partir de matéria-prima renovável (como o etanol); e acesso ao gás natural do pré-sal.

"O setor não está pedindo proteção, mas condição isonômica de competição", afirmou Denise Naranjo, diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim.

O investimento anual do setor não ultrapassa a cifra de US$ 4 bilhões ao ano. O recurso para P&D (pesquisa e desenvolvimento) é de 0,7% da receita do setor.

"Para revertermos o deficit comercial, acompanhar a expansão da demanda e colocar a indústria em novo patamar tecnológico, teríamos de investir US$ 15 bilhões por ano e, pelo menos, 1,5% das receitas em P&D", afirmou Ferreira.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO

De acordo com levantamento da Abiquim, 448 produtos deixaram de ser fabricados no Brasil desde 1990. Isso resultou na paralisação de 1.710 linhas de produção.

A última foi fechada no fim do ano passado. A Dow Chemical Company deixou de fabricar o TDI (tolueno diisocianato), em Camaçari. A matéria-prima é a base da produção dos colchões de espuma.

Hoje, a indústria brasileira produz cerca de 2.000 itens da cadeia química, metade dos produtos que compõem o registro fiscal do setor.


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