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Presidente da Via Varejo sai após seis meses na função

Executivo se diz descontente com interferência e com não pagamento de bônus

Segundo o Pão de Açúcar, parte do benefício de Ramatis fora transferida para programa da Via Varejo

CLAUDIA ROLLI TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Após seis meses no comando da Via Varejo, empresa de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Antonio Ramatis Rodrigues pediu demissão ontem.

Segundo ele, o motivo foi não receber o bônus da companhia referente a 2012.

Na maior parte de 2012, Ramatis trabalhava no Pão de Açúcar, de onde foi transferido em novembro para presidir a Via Varejo.

O executivo será substituído interinamente por Vitor Fagá de Almeida, atual vice-presidente financeiro, recém-chegado do Pão de Açúcar.

Economista de formação, Fagá trabalhou por três anos no grupo, tem perfil técnico e foi destacado para para melhorar o desempenho e o relacionamento da Via Varejo com o mercado de capitais.

A empresa planeja fazer uma oferta pública de ações.

Entregue minutos antes de o conselho se reunir ontem pela manhã, a carta de demissão surpreendeu os nove conselheiros da empresa --entre eles, Michel Klein (antigo dono das Casas Bahia) e Abilio Diniz, segundo maior sócio do Pão de Açúcar-- e o alto escalão do grupo.

"Não tenho concordado com a orientação que se pretende adotar em relação a determinados assuntos da companhia. Também não posso concordar com interferências que tenho recebido no exercício de minha função por parte de executivos do grupo", diz um trecho da carta.

Vindo do Pão de Açúcar, Ramatis assumiu o comando da Via Varejo em novembro no lugar de Raphael Klein, neto do fundador das Casas Bahia, com a missão de profissionalizar a empresa, formada por Casas Bahia, Ponto Frio e Nova Pontocom (braço on-line do grupo).

BÔNUS

"Outro fator que também influenciou bastante a minha decisão é o fato de que não recebi, até a presente data, o pagamento referente ao plano de stock option' [opção de pagamento por ações] relativo ao exercício de 2012, o que evidencia um tratamento discriminatório", disse Ramatis.

Especialistas do mercado estimam que o executivo deveria receber em torno de R$ 3 milhões, parte em dinheiro e parte em ações.

O pagamento de bônus no Pão de Açúcar é feito a executivos que permaneceram no grupo até 31 de dezembro de 2012 e que cumprem as metas estabelecidas. Mas Ramatis saiu da empresa antes da data prevista.

Segundo a Folha apurou, havia um acordo que previa que Ramatis receberia o benefício do GPA, uma vez que não foi ele quem pediu para sair, mas, sim, a companhia que o dispensou para que ele presidisse a Via Varejo.

A versão do Pão de Açúcar é outra, segundo a Folha apurou. Ramatis recebeu parte do bônus em dinheiro, e a parte em ações foi transferida para ser paga pela Via Varejo, conforme prevê a política de incentivo de longo prazo da companhia. Por outro lado, a Via Varejo debitaria do GPA esse valor relativo ao período em que o executivo trabalhou no Pão de Açúcar.

Outros sócios do GPA levantaram a possibilidade de que Ramatis tivesse saído para assumir um novo cargo na BRF (resultado da fusão de Sadia e Perdigão), empresa de alimentos em que Abilio Diniz foi eleito presidente do conselho de administração.

No contrato de Ramatis com a Via Varejo, ele não assinou cláusula que impede sua ida para empresas concorrentes após deixar a companhia. Questionado na reunião do conselho, Abilio negou que tenha feito convite para Ramatis integrar a BRF.


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