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Análise

Inadimplência e inflação são sinais de cenário de avanço fraco

CLAUDIO FELISONI DE ANGELO ESPECIAL PARA A FOLHA

É natural ao ser humano evitar a dor. Aliás, a dor é um potente mecanismo de proteção do organismo. Trata-se de uma clara mensagem de que algo de errado está acontecendo. Não considerar esse alerta provoca em muitos casos danos de proporções significativas.

A economia assemelha-se ao organismo humano, pois tanto um como outro são sistemas complexos baseados na interação de um amplo conjunto de unidades conectadas. A recessão, o desemprego, a alta sistemática dos preços são alguns dos alertas do sistema econômico.

As dores, portanto, precisam ser consideradas com muita seriedade. Ou seja, é preciso reconhecer que elas existem, identificar suas causas e, obviamente tratá-las.

Tanto para os indivíduos, como para a sociedade, a realidade independentemente da vontade sempre se impõe.

Os resultados divulgados recentemente pelo Banco Central sobre as condições de crédito mostram que a realidade da conjuntura econômica estabelece um cenário diferente do discurso oficial.

Embora a taxa de juros média tenha caído um pouco mais em abril, se observa que a redução foi de apenas 0,1 ponto porcentual. Por outro lado, as famílias continuam mantendo níveis elevados de endividamento o que explica a estabilidade da inadimplência em um patamar bem superior à média histórica.

Esse ambiente tem ainda como ingrediente importante outra dor que preocupa: as pressões inflacionárias. O governo não tem sido capaz de frear o ritmo ascendente dos preços e, desse modo, o juro terá de continuar a subir.

Essas condições sinalizam, portanto, um cenário que reforça a tese de uma expansão bem modesta da economia.

Assim, quedas das taxas de juros ao consumidor final, que em outras circunstâncias seriam comemoradas como um resultado auspicioso, na presente situação apenas refletem o fim de um período e o início de um novo ciclo.

É prudente, pois não se enganar com um alívio súbito e pontual da dor.


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