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Brasil sobe juros na contramão do mundo

Entre 13 países que alteraram juros, 11 cortaram a taxa; Egito é outra exceção

Forte estímulo à demanda provocou alta dos preços, levando a aperto recente na política monetária

ÁLVARO FAGUNDES EDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO" ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O Banco Central deverá fazer hoje novo aumento dos juros, em um movimento que vai na contramão do que ocorre no resto do mundo.

Entre 13 países emergentes e desenvolvidos que alteraram sua política monetária neste ano, apenas Brasil e Egito aumentaram taxas.

Outras 11 nações, como Índia, México, Colômbia e Austrália, reduziram juros para estimular suas economias.

O mesmo ocorreu na zona do euro, que reduziu sua taxa de 0,75% para 0,5%.

O descompasso se explica pela diferença na trajetória de atividade econômica do Brasil em relação a outros países nos últimos anos.

Após a eclosão da crise financeira de 2008, a economia global passou por forte desaceleração. Isso levou os países, inclusive o Brasil, a afrouxarem suas políticas monetárias e fiscais visando reanimar a atividade.

A diferença em relação a outras nações, principalmente emergentes, é que a política de estímulo no Brasil foi mantida quando a economia já se recuperava, o que resultou em forte expansão em 2010, mas também contribuiu para pressões inflacionárias mais persistentes, principalmente nos preços de serviços.

"O governo estimulou muito a demanda, apostando que a oferta responderia rapidamente", diz o economista Rogério Sobreira, da FGV.

Mas a expansão da oferta, ressalta o economista, esbarrou em entraves, como alto custo de financiamento e deficiências de infraestrutura.

MERCADO DE TRABALHO

Para Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, a atividade econômica do Brasil tem passado por ciclos diferentes do resto do mundo desde 2007.

Neste ano, diz ele, a economia brasileira se recupera, enquanto a global perde fôlego novamente, ao contrário do que ocorreu em 2012.

Segundo ele, o mercado de trabalho aquecido contribui para que essa diferença na direção dos ciclos leve a um descompasso entre a direção da política monetária no Brasil e a de outros países.

Isso contribuiu para aumentar a renda e o consumo, pressionando principalmente os preços de serviços.

A inflação próxima a 6,5% (teto da meta do governo) deverá levar o BC a subir os juros, atualmente em 7,5%, pela segunda vez neste ano.


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