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Babá cria grupo de estudos para cursar farmácia

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A busca para melhorar o salário e voltar a estudar não é privilégio somente dos domésticos da região Sudeste.

Maria Cicera dos Santos, 34, divide sua rotina entre as tarefas da casa onde trabalha como babá há 12 anos e as aulas do terceiro ano do curso de farmácia da Faculdade Maurício de Nassau, no Recife (PE).

Deixou Luziapolis, zona rural do Alagoas, onde seus pais eram agricultores para trabalhar como babá na capital, Maceió.

Depois se mudou para Recife acompanhando a família para quem trabalhava.

Mesmo após trocar de emprego, decidiu ficar na cidade, longe de sua própria casa, e mora no trabalho desde então.

Quando o filho de seus patrões cresceu, conseguiu encontrar uma brecha para estudar.

QUÍMICA DIFÍCIL

"A vida é corrida", diz. Sua maior dificuldade é aprender química. À noite, chega da faculdade, arruma a cozinha da casa e se debruça sobre os livros o "Solomons". Clássico de quem estuda nessa área, ele é seu livro preferido.

"Minha patroa me admira muito, vê meu esforço", diz Maria Cicera.

Na faculdade, ela até já recebeu homenagens pelo seu esforço.

"Eles sabem da minha luta, da minha dificuldade. No meu aniversário até fizeram uma festa lindíssima para mim, com direito a sala enfeitada e bolo", relata Maria Cícera.

Além do grupo de estudos que formou com os colegas de sala, um amigo da classe, que é médico oftalmologista, também ajuda nas dúvidas.

"Fico insistindo até entrar alguma coisa na cabeça", diz brincando. Seu objetivo é trabalhar no ramo de laboratórios.

Por enquanto, conseguiu um estágio na rede pública de saúde, no horário em que o filho de seus patrões está na escola.


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