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Perda de confiança preocupa e governo estuda mais medidas
Para assessores, a prioridade é recuperar a credibilidade na política fiscal, mas não há consenso sobre rumo a tomar
Equipe também quer garantir que leilões de concessões não sofram novos atrasos e tragam resultados neste ano
Apesar de o discurso oficial insistir que a política fiscal não mudou e que a recuperação econômica está a caminho, nos bastidores assessores presidenciais destacam que a ameaça de rebaixamento da nota de investimento do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's precisa ser vista como um alerta.
Para integrantes do Executivo, dados positivos da economia brasileira estão sendo ofuscados por uma série de sinais negativos, que precisam ser combatidos.
Encabeça a lista o risco de perda de credibilidade na condução da política fiscal, já arranhada e apontada pela agência de risco como um dos motivos para ameaçar rebaixar a nota do Brasil de estável para negativa.
O tema divide a equipe de Dilma. Uma ala defende que o caminho é dar total transparência sobre a política fiscal e que o cenário atual é suficiente para manter a trajetória de redução da dívida pública em relação ao PIB.
Outra acredita que é precisa fazer mais: adotar medidas para garantir que seja cumprido superavit primário de 2,3% do PIB, que permitiria abater gastos do Programa de Aceleração do Crescimento e desonerações tributárias da meta cheia de 3,1% do PIB.
Na avaliação de parte da equipe, sem uma contribuição da área fiscal, o BC terá de atuar praticamente sozinho para reduzir a inflação e pode ser obrigado a subir a taxa de juros a, no mínimo, 9% ao ano. Hoje, a taxa está em 8% ao ano.
Depois da área fiscal, assessores presidenciais afirmam que o governo precisa retomar a confiança dos investidores, abalada pelo fraco crescimento e pela deterioração de alguns indicadores da economia, como o aumento do deficit nas contas externas do país.
Para isso, o Planalto precisa desfazer a imagem de que o programa de concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos sofrerá novos atrasos. Pelo cronograma, os leilões deveriam ter começado no primeiro semestre em algumas áreas. A recomendação é garantir a realização de boa parte dos leilões no segundo semestre.