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Ex-cirurgião vestiu fantasia para obter verba

DE SÃO PAULO

No primeiro inverno que passou em São Paulo, em 2010, Fábio Gandour foi parar no hospital, deitado na maca, cercado de médicos, incapaz de respirar.

"Como num episódio de House' ", o cientista-chefe descobriu da pior maneira que a sede da IBM, ao lado do parque Ibirapuera, fica numa das regiões da cidade com maior concentração de ozônio, ao qual ele é alérigo.

A pneumonite química foi mais um reencontro do cientista com o mundo da medicina. Trinta anos antes, Gandour terminava no Canadá uma especialização em cirurgia infantil.

Pesquisava deformidades de nascença quando descobriu relações estatísticas entre os casos que permitiam prever e até mesmo prevenir os casos.

A fascinação pela estatística o fez mudar de rota. Em 1988, concluiu seu PhD em computação em Stanford. Em 1990 entrou na IBM. Duas décadas depois, fantasiado de sheik, venceu Abu Dhabi na disputa pelo título de nono laboratório global da empresa.

"Concorrer com emirado árabe não é fácil. O cara vem num caminhão de petrodólar. Então eu tinha que usar o bom humor."

O "iqal" (lenço quadriculado usado para o turbante) e os óculos escuros, comprados no aeroporto de Dubai, são guardados troféu no atual escritório. Mas Gandour não pretende brincar em serviço.

No currículo distribuído por sua assessoria, seu "estilo de comunicação peculiar" --em que conceitos complexos são traduzidos em linguagem bastante popular-- é descrito como "outra de suas vantagens competitivas".

Ciência, sim, mas "como negócio".


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