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Com alta de juros, título pós-fixado é a indicação

Rentabilidade desse papel não é definida no momento da compra

No prefixado, se o investidor mantiver o título, receberá o que foi acordado, mas pode perder se vender antes

MARIA PAULA AUTRAN DE SÃO PAULO

Quando o investidor compra um título prefixado no Tesouro Direto, recebe, no vencimento, um rendimento predeterminado.

No caso de venda antes do prazo, porém, o preço do papel sofre um desconto que acompanha as taxas futuras de juros.

Assim, quanto maiores essas taxas, que refletem as apostas de mercado sobre o juro básico do país (taxa Selic), maior o desconto no valor do título. O preço de revenda, portanto, cai.

O contrário também vale. Quanto mais baixas as taxas de juros, menor o desconto.

É importante destacar que, se o investidor permanece com o papel até o vencimento, recebe a rentabilidade combinada na compra.

O Tesouro permite que as negociações sejam feitas entre as 9h das quartas e as 5h das quintas-feiras.

Especialistas destacam que, como o cenário atual é de aumento do juro básico, hoje em 8% ao ano, quem comprou um título prefixado com a Selic menor está ganhando menos dinheiro.

O ideal, dizem, é investir em papéis pós-fixados, cujo rendimento não é definido no momento da compra. Eles acompanham um determinado índice, como o IPCA (a inflação oficial) ou a própria Selic.

O planejador financeiro Valter Police afirma que, mesmo no título prefixado, há a possibilidade de perda real, se a inflação no período for maior do que o percentual de remuneração do título.

"No papel prefixado, você sabe quanto vai ganhar, mas não sabe se esse retorno será bom ou ruim", diz.

Já a rentabilidade do pós-fixado é influenciada positivamente conforme a taxa Selic sobe, pois o valor do título é determinado pelo juro somado a seu indexador ou pela própria taxa básica, como no caso das LFT (Letras Financeiras do Tesouro).

Police ressalta, porém, que os títulos pós-fixados são mais seguros, mas costumam ter rendimento menor que o dos prefixados. Ele diz ainda que, antes de pensar em vender os títulos porque o valor caiu, o investidor deve se ater aos objetivos que tinha quando fez a aplicação.

"Se queria se proteger da inflação e comprou um título atrelado ao IPCA, não importa a variação", diz Police. Só deve vender, afirma, se olhar para frente e achar que o cenário vai mudar e esse índice não terá a trajetória prevista inicialmente.

Para minimizar a possibilidade de perda, Amerson Magalhães, diretor da Título Corretora, recomenda montar uma carteira diversificada, com papéis prefixados e pós-fixados --e com diversos prazos de vencimento. "Se a Selic subir, você ganhará em um papel, e, se cair, em outro."

CUSTOS

Vale lembrar que há custos que podem corroer os ganhos, dependendo do prazo em que o dinheiro fica aplicado.

Se o aplicador decidir vender o título, precisará considerar os descontos. A alíquota do Imposto de Renda, por exemplo, é maior quanto menor o prazo da aplicação --varia de 15% a 22,5%.


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