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EUA e UE iniciam debate sobre comércio

Maior acordo bilateral da história enfrenta resistência da França, que quer deixar música e cinema de fora

'Há quem diga ser de esquerda quando, na verdade, é reacionário em termos culturais', diz executivo da UE

DO "FINANCIAL TIMES"

Barack Obama e os líderes europeus iniciaram ontem negociações sobre o "maior acordo bilateral de comércio da história", iniciativa a que o presidente dos EUA deu posição central na agenda de seu segundo mandato.

Embora os líderes europeus admitam que as negociações devam ser "difíceis", eles acreditam que um acordo para remover barreiras comerciais possa ser concluído em dois anos.

Obama instou os políticos a "ir além das preocupações estreitas e pensar no quadro mais amplo" de um acordo comercial envolvendo países que respondem por metade do PIB global.

O premiê britânico, David Cameron, disse que um acordo teria valor de US$ 157 bilhões para os EUA, de US$ 126 bilhões para a União Europeia e de US$ 133 bilhões para o resto do mundo.

Obama espera que maior acesso ao mercado europeu para as companhias norte-americanas ajude a ampliar as exportações e estimule o crescimento e o emprego sem inflar o deficit comercial.

A Casa Branca continua preocupada, porém, que as possibilidades de acordo se estreitem dramaticamente à medida que setores específicos sejam excluídos das negociações pelos europeus, o que limitaria o impacto econômico do pacto.

REACIONÁRIO

O lançamento das negociações, na conferência de cúpula do G8, na Irlanda do Norte, terminou ficando à sombra de uma controvérsia quanto ao "reacionário" protecionismo francês.

A França quer que produtos culturais, como cinema e música, sejam excluídos das negociações.

O presidente da Comissão Europeia expôs sua frustração --compartilhada por EUA, Alemanha e Reino Unido em entrevista ao "International Herald Tribune".

"Há quem diga ser de esquerda quando, na verdade, é extremamente reacionário em termos culturais", disse José Manuel Barroso, no que parecia uma clara crítica ao presidente francês, François Hollande.

Ainda que não tenha mencionado a França nominalmente, Barroso disse que os críticos do comércio liberalizado de filmes e música "não compreendem os benefícios que a globalização propicia do ponto de vista cultural".

Jean-Christophe Cambadélis, dirigente do Partido Socialista francês, de Hollande, descreveu as declarações de Barroso como "incompreensíveis e intoleráveis".

SEM EXCLUSÕES

Nos EUA, a reação política ao início das negociações foi em geral positiva, mas legisladores disseram que qualquer acordo teria de ser "abrangente", sem exclusões como a exceção que a França deseja impor.

Ainda que os negociadores da UE esperem incluir as produções audiovisuais nas negociações em estágio posterior, o bloqueio de Paris parece destinado a continuar. É possível que os EUA retaliem se recusando a remover as barreiras em outros setores.


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