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Votorantim desiste de oferta de ações para captar R$ 7 bilhões

Operação era vista como teste do apetite do investidor estrangeiro para empresas brasileiras

Vale e Petrobras freiam emissões de dívida; Minerva e Odebrecht adiam captações após contato com mercado

TONI SCIARRETTA TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

Maior teste de resiliência para o mercado de capitais brasileiro, a oferta de ações da Votorantim Cimentos, prevista para hoje, não vingou, sinalizando que o investidor estrangeiro está fechado para as empresas nacionais.

Ontem, a maior produtora de cimento brasileira preferiu suspender por tempo indeterminado a operação para não vender as ações a um preço muito abaixo do de suas concorrentes internacionais, especialmente a gigante mexicana Cemex.

Segundo a Folha apurou, os investidores exigiram um desconto muito elevado para comprar os papéis da Votorantim em relação à faixa de preço sugerida pela companhia, entre R$ 16 e R$ 19.

Dessa forma, a empresa poderia não alcançar o objetivo da operação, que previa captar R$ 5 bilhões para investir em sua expansão e mais R$ 2 bilhões para a família Ermirio de Moraes, controladora da empresa.

O período de reserva terminava ontem e a previsão era que as ações começariam a ser negociadas amanhã.

A oferta, que era a maior em curso desde a da BB Seguridade (seguros), só deve ser retomada em setembro, após as férias no hemisfério Norte. Com a suspensão, os bancos envolvidos na operação deixam de receber R$ 204,3 milhões em comissões.

Foi a primeira oferta suspensa neste ano devido à crise nos mercados, especialmente nos emergentes.

Até então, empresas como Senior Solution (tecnologia) e Biosev (açúcar e álcool) preferiram manter suas operações contornando as condições adversas do mercado por meio da redução de preços ou da garantia de recompra dos papéis, respectivamente.

Neste ano, ocorreram sete aberturas de capital, que captaram R$ 14,718 bilhões.

DÍVIDA

As condições de mercado também travam as captações de empresas no exterior e no Brasil. Empresas como Vale e Petrobras, que contrataram bancos para preparar suas ofertas, colocaram um freio.

Empresas de menor porte, como a Minerva Foods (produtora de carne bovina) e a Odebrecht Óleo e Gás, adiaram a emissão de títulos no exterior após fazer apresentações aos investidores.

"Até o início do road show', tínhamos condições favoráveis de mercado. No entanto, com a deterioração do humor dos investidores, decidiu-se por segurar os planos", disse Edison Ticle, diretor financeiro do Minerva.

A Odebrecht afirmou, em nota, que aguarda a "estabilização do mercado".

Ainda devem passar pelo teste as ofertas domésticas da Comgás, Rodovias do Tietê, Oi, Raízen e BNDES, que planejam levantar R$ 5,765 bilhões com a venda de títulos de longo prazo (debêntures).

No caso desses títulos, a viabilidade é maior após a revogação do IOF de 6% para estrangeiros.


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