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Fed indica fim de estímulo; Bolsas caem

BC dos EUA sinaliza que programa de compra de títulos de US$ 85 bi, lançado em 2012, vai ser encerrado neste ano

Fim do expansionismo deve afetar países emergentes, inclusive o Brasil; Bovespa caiu 3,2% e dólar subiu 0,7%

DE WASHINGTON

O presidente do Fed (banco central americano), Ben Bernanke, indicou que deverá reduzir sua política expansionista ainda no final deste ano, se o desemprego no país cair como o banco espera.

A declaração é um sinal de otimismo na principal economia global, mas a leitura dos mercados foi diferente, já que, no médio prazo, isso significa que o custo do dinheiro vai ficar mais caro.

No Brasil, a Bovespa recuou 3,17%, e o dólar subiu 0,67%, para R$ 2,177 --logo após as declarações de Bernanke a moeda chegou a estar cotada em R$ 2,22. O BC, que anteontem colocou US$ 4,5 bilhões para frear a alta da moeda americana, dessa vez não fez intervenção. Em Nova York, a Bolsa recuou 1,35%.

O presidente do Fed indicou ontem que o programa de compra de títulos de US$ 85 bilhões (que começou em setembro de 2012, inicialmente com US$ 40 bilhões) vai começar a ser reduzido até o fim deste ano, se os sinais da economia continuarem a ser positivos. O fim das compras de títulos ocorreria em meados do ano que vem.

No mês passado, ele afirmou que a redução começaria nas "próximas reuniões" do BC norte-americano.

O Fed já injetou mais de US$ 2 trilhões na economia desde novembro de 2008, em três programas que, na prática, imprimem moeda.

O expansionismo busca facilitar o crédito, estimulando a economia americana e deixando o dólar enfraquecido --ou mais competitivo, já que facilita as exportações.

OTIMISMO

Bernanke voltou a dizer ontem que está otimista com a recuperação da economia americana. "O mercado imobiliário está se recuperando. A confiança do consumidor também está subindo."

O Fed indicou que só deve voltar a aumentar a taxa de juros no país em 2015.

Apesar do otimismo do presidente do Fed, muitos números da recuperação americana são modestos. O desemprego caiu muito pouco desde setembro do ano passado, quando estava em 7,8% (em maio ficou em 7,6%).

EMERGENTES

Após os emergentes criticarem o expansionismo do Fed pela inundação de dólares no mercado --as chamadas "guerras cambiais", com moedas sobrevalorizadas--, o fim do expansionismo também deve afetar esses países, inclusive o Brasil.

Se o Fed elevar os juros, como é provável no futuro, os títulos do Tesouro dos EUA, de baixo risco, vão ficar ainda mais atraentes aos investidores, secando algumas aplicações no resto do mundo.

O temor de que isso vai ocorrer já afeta Bolsas emergentes e, no Brasil, empresas estão cancelando captações no exterior porque investidores não estão mais tão dispostos a aplicar dinheiro em papéis emergentes.

SUCESSÃO

Bernanke não quis fazer comentários sobre sua possível saída do Fed no ano que vem, após comentários do presidente Barack Obama na segunda-feira, indicando que ele "já ficou mais tempo do que gostaria" no cargo. (RAUL JUSTE LORES)


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