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Banco público tem quase metade da dívida da OSX

Caixa e BNDES têm a receber no curto prazo R$ 891 milhões do estaleiro

Eike tem procurado interessados em comprar fatias de suas empresas, para acalmar temores do mercado

DE SÃO PAULO

Dos R$ 2 bilhões de dívidas de curto prazo do estaleiro OSX, quase R$ 900 milhões são com bancos públicos, conforme balanço publicado pela empresa no primeiro trimestre deste ano.

O documento informa que a OSX tem uma dívida de R$ 491,5 milhões com o BNDES vencendo no dia 15 de agosto. Outro débito, de R$ 400 milhões com a Caixa Econômica Federal, vence no dia 19 de outubro.

Procurados, BNDES e Caixa não deram entrevista. Por meio de nota, a OSX afirmou que as dívidas de curto prazo estão "equacionadas" e que o cronograma de vencimentos vem sendo "quitado ou reescalonado".

Os recursos dos bancos públicos serviram como um "empréstimo-ponte" para a implantação do estaleiro da empresa em São João da Barra, no litoral norte do Rio de Janeiro.

MAIS DÍVIDAS

Anteontem, venceu outra dívida da OSX, no total de R$ 515,5 milhões com o banco Itaú BBA-Nassau. As dúvidas sobre a capacidade da empresa de honrar esse pagamento vêm provocando tensão no mercado.

Segundo a empresa, a dívida foi parcialmente paga e reescalonada. O Itaú BBA não quis comentar o assunto.

Outro credor da OSX é o Arab Banking Corporation. Segundo o balanço do primeiro trimestre, um empréstimo de R$ 106,8 milhões feito pela instituição para a OSX venceu no mês passado.

A OSX também contou com outra ajuda do setor público, mas dessa vez na forma de um empréstimo de longo prazo. O Fundo da Marinha Mercante, liberado pelo Ministério dos Transportes e financiado com impostos, aprovou R$ 4,2 bilhões de financiamento para a empresa.

TIRAR DO PAPEL

O estaleiro OSX é a empresa mais problemática da EBX, mas está longe de ser a única em dificuldades.

Os problemas do grupo começaram há um ano na "estrela" das empresas de Eike Batista, a petroleira OGX.

A companhia frustrou suas próprias expectativas de produção de petróleo no campo de Tubarão Azul (RJ).

A partir daí, instalou-se uma crise de confiança, com os investidores duvidando da capacidade de Eike de tirar os projetos do papel.

A maior parte das companhias da EBX ainda demanda investimentos vultosos para entrar em operação.

Para tentar acalmar os ânimos do mercado, o grupo fechou uma parceria com o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, em março deste ano.

Desde então, Esteves e seus sócios vêm procurando empresas dispostas a injetar dinheiro no grupo, adquirindo participações do controlador.

No início do processo, Eike detinha entre 60% e 70% das ações das empresas e o objetivo era reduzir sua participação para 30% a 40%.

DESVALORIZADO

Alguns negócios já foram fechados, mas o mercado ainda não se convenceu e continua castigando as ações.

Os papéis da OGX, por exemplo, perderam 91% do seu valor nos últimos 12 meses --nenhuma grande companhia da América Latina sofreu fuga maior dos investidores neste ano.

O resultado é que o empresário, que chegou a ser um dos dez homens mais ricos do mundo, não aparece agora nem entre as 200 maiores fortunas. Apenas neste ano, o patrimônio de Eike encolheu 61%, para US$ 4,8 bilhões.

O primeiro negócio foi a venda de uma participação na termelétrica MPX para a alemã E.ON.

Pouco depois a malasiana Petronas comprou uma fatia do campo Tubarão Martelo, da OGX.

Eike tenta agora vender parte da mineradora MMX para a Glencore, mas os suíços estão interessados apenas no porto da empresa.

Segundo analistas, até agora, só os ativos mais concretos da EBX encontraram parceiros. Eike ainda não conseguiu que outras companhias acreditem mais uma vez em seus sonhos grandiosos, como o porto do Açu.


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