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Aumenta preocupação com fraudes em empresas

Entrada de estrangeiros e novas leis ampliam demanda por serviços

Equipe de consultoria dobrou para atender demanda; maior parte dos casos ocorre em empresas fechadas

MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

A perspectiva de novas regulamentações e o interesse de grupos estrangeiros pelo país nos últimos anos fizeram crescer, nas empresas brasileiras, a preocupação com fraudes corporativas.

Consultorias e auditorias multinacionais, especializadas em estruturar e operar áreas de prevenção de fraudes para diferentes companhias, têm ampliado o quadro de profissionais em seus escritórios brasileiros para atender a essa demanda.

Na PriceWaterhouseCoopers, a equipe dedicada a essa função dobrou em um ano e hoje conta com cerca de 40 pessoas, segundo Martin Whitehead, sócio da consultoria e responsável pela área de serviços forenses.

As fraudes empresariais contemplam diferentes práticas, como corrupção, desvios de recursos por funcionários e manipulação de dados contábeis e financeiros.

Segundo dados da Association of Certified Fraud Examiners (Acfe), uma das maiores organizações antifraudes do mundo, essas atividades causam perdas de cerca de 5% das receitas das empresas por ano, em todo o mundo.

Esse percentual representa um prejuízo anual de US$ 3,5 trilhões, considerando-se o PIB mundial de 2011, conforme a entidade.

No Brasil, essa questão tornou-se mais urgente nos últimos anos com a entrada de capital estrangeiro no país e com a maior profissionalização das empresas nacionais.

Multinacionais e fundos de investimentos internacionais que passaram a atuar no país têm de seguir as regras de controle internos (o chamado "compliance") e legislação de seus países de origem, afirma Diogo Dias, sócio da consultoria KPMG.

As empresas americanas, por exemplo, estão sujeitas às normas da FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), lei que pune pessoas e corporações dos Estados Unidos que cometem atos de corrupção em suas atividades no exterior.

A evolução da governança corporativa, a partir da entrada de mais empresas na Bolsa de Valores a partir de 2006, também estimulou essa tendência, segundo Dias.

De acordo com o relatório da Acfe, em 2012, as companhias de capital fechado concentraram a maior parte (39,3%) dos casos de fraudes corporativas no mundo.

As empresas abertas responderam por 28% dos episódios. Governo e ONGs representaram 16,8% e 10,4% das fraudes, diz o estudo.

NOVA REGRA

Uma nova legislação sobre fraudes corporativas, que deve reforçar a busca de controles para esses atos pelas empresas, está sendo discutida no Congresso Nacional.

A Lei 6.826/2010 --aprovada em abril na Câmara dos Deputados e que aguarda votação no Senado-- prevê sanções civis e administrativas às empresas corruptoras. "As regras valerão para todo tipo de empresa, seja aberta ou fechada", diz Dias, da KPMG.


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