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Aperto no crédito chinês derruba Bolsas de Xangai e São Paulo
Mercado do país asiático teve pior dia em quatro anos; ações da Vale recuaram 5,48%
As indicações de que o banco central da China vai persistir com o aperto financeiro aumentaram as incertezas sobre o crescimento econômico do país e fizeram a Bolsa local ter a maior queda em quatro anos --com impacto no mercado brasileiro.
A Bolsa de Xangai caiu 5,3%, no seu pior dia desde agosto de 2009. No Brasil, a Bovespa recuou 2,3%, com as ações da Vale se desvalorizando em 5,48%, já que um menor avanço chinês terá impacto nas suas exportações.
Quebrando o silêncio dos últimos dias, o BC chinês divulgou ontem um comunicado afirmando que o nível geral de liquidez no mercado continua "razoável" e que cabe aos bancos disciplinar a concessão de crédito para estabilizar o mercado.
Na semana passada, o BC aprofundou a crise de liquidez ao rejeitar a injeção de dinheiro no sistema financeiro, visando conter a ampliação descontrolada de crédito.
Com a decisão, os grandes bancos comerciais --em sua maioria estatais-- seguraram os empréstimos, fazendo disparar os juros interbancários.
A disposição do governo em priorizar os problemas estruturais gerados pelo excesso de crédito é elogiada por economistas, mas fortalece os temores de esfriamento chinês e seu impacto na economia global.
Para analistas, a linha dura do BC é um sinal de que o novo governo está determinado a atacar os riscos sistêmicos criados pela expansão descontrolada do crédito, mesmo que isso leve a menores taxas de crescimento.
Uma das consequências negativas para grandes produtores de commodities, entre eles o Brasil, é a queda na demanda da China por produtos como minério de ferro.
CÂMBIO
Depois de ter subido 5,7% na semana passada, o dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- caiu ontem 0,77%, cotado em R$ 2,243 na venda.
A moeda interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas no mercado à vista. Segundo operadores, o leve recuo se deveu ao resultado da balança comercial e da arrecadação recorde do governo federal em maio.