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Itália pode perder com dívida rolada na crise
Governo reestruturou €32 bi em dívida dúbia dos anos 90; perda é estimada em €8 bi
A Itália pode perder bilhões em contratos de derivativos --mesmo tipo de aplicação financeira na raiz da crise de confiança global-- que o país reestruturou no auge da turbulência do euro.
Relatório confidencial do Tesouro Italiano, obtido pelo "Financial Times" revela as táticas que permitiram ao país endividado ingressar no euro em 1999 e detalha transações e sua exposição no primeiro semestre de 2012.
Ele inclui a reestruturação de oito contratos de derivativos com bancos estrangeiros em valor nominal agregado de €31,7 bilhões de euros (R$90,6 bilhões). Segundo especialistas consultados pelo "FT", a perda relativa a esse montante chegaria a €8 bilhões, pelos preços do dia 20.
O promotor-adjunto de Roma, Nello Rossi, abriu um inquérito sem caráter criminal e questionará os envolvidos.
O relatório exclui detalhes cruciais e não revela o quadro completo sobre as perdas.
Especialistas que o examinaram, porém, disseram ao "FT" que a reestruturação permitiu ao Tesouro, com problemas de caixa, escalonar pagamentos a credores externos estendendo prazos sob condições desvantajosas.
O documento tampouco identifica os bancos nem detalha os contratos originais --temas que preocupam os auditores do Estado.
Mas, segundo os especialistas, as transações parecem ser dos anos 90, quando a Itália maquiava suas contas com pagamentos antecipados de bancos para cumprir metas e entrar na União Europeia.
