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Nova taxa de retorno do trem-bala não anima investidores

Valor foi 6,32% para 7%; com protestos, obra deixará de ser prioritária, receiam empresas

DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

Mudanças tímidas na rentabilidade e os protestos nas ruas pela melhoria do transporte urbano jogaram um balde de água fria nas empresas interessadas em disputar o projeto do trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro.

Ontem, o governo anunciou que a taxa de retorno da concessão da operação dos trens foi elevada de 6,32% para 7%. O novo número ficou abaixo dos 8,5% que o presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo, havia defendido na semana passada.

"[A nova taxa de retorno] atende a interesse dos investidores", afirmou o diretor da EPL Hélio Mauro França ao anunciar ontem o novo valor.

Mas a Folha apurou junto a potenciais interessados na concorrência que a sua avaliação é diferente. Para eles, a nova taxa não melhora os problemas de atratividade do projeto. Os investidores temem que não haja passageiros suficientes para pagar o valor de outorga proposto.

Com a rentabilidade de 6,32%, estava previsto o pagamento, pelo vencedor do leilão, de um valor de outorga de R$ 31 bilhões ao longo dos 40 anos da concessão.

Se a taxa chegasse aos 8,5%, esse pagamento seria reduzido em cerca de 10%, para algo próximo de R$ 28 bilhões. Com a taxa divulgada ontem de 7%, a redução do valor do pagamento ficou em torno de 3%. Quem vencer o leilão se comprometerá a pagar, no mínimo, R$ 30 bilhões.

Grupos da Espanha, da França, do Japão, da Alemanha e da Coreia do Sul se apresentaram ao longo dos anos como interessados. Com o tempo, porém, o interesse dos estrangeiros em participar do projeto foi se reduzindo.

CLIMA

Outro problema apontado pelos investidores e também por integrantes do governo é o clima negativo criado em torno do projeto após os protestos nas ruas relativos ao transporte urbano.

Partidos de oposição iniciaram uma campanha para que os recursos do trem-bala sejam aplicados na construção de mais trens e metrôs nas cidades.

O governo defende que os projetos para mobilidade urbana já têm recursos garantidos e que o trem-bala é essencial para o sistema de transporte nacional.


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