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Onda de protestos freia aumento de alimentos e ajuda a segurar inflação

Com comércio tendo que fechar as portas, produtos sobem apenas 0,04% no mês passado

Em 12 meses, IPCA subiu 6,7%, acima da meta do governo; alta das tarifas de ônibus teve impacto em junho

MARIANA SALLOWICZ DO RIO

A recente onda de protestos no país obrigou o comércio a fechar suas portas antecipadamente, o que teve impacto nos preços dos alimentos e ajudou a conter a inflação no mês passado.

O IPCA, referência do sistema de metas do governo, subiu 0,26% no mês passado, abaixo da previsão de 0,33% de analistas e dos 0,37% registrados em maio.

Um dos principais responsáveis pela desaceleração no mês foi o menor aumento do preço de alimentos.

Devido às manifestações, o varejo ficou com um estoque maior de alimentos no mês passado e com menos espaço para aumentos de preços, segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE.

"O comércio esteve fechado por muitos dias. Foi um mês atípico", afirmou.

O resultado é que a inflação dos alimentos, que tem grande peso no orçamento das famílias, subiu com menos força: alta de 0,04%, ante 0,31% em maio.

Apesar do alívio no mês, a alta no acumulado de 12 meses encerrados em junho foi de 6,7%, acima do teto da meta do governo (6,5%).

É a maior alta para o acumulado em 12 meses desde outubro de 2011 (6,97%) e a segunda vez no ano que o índice ultrapassa os 6,5%.

Outros fatores que contribuíram para a desaceleração foram a maior oferta de produtos com a safra recorde e o consumo mais fraco, diante do aumento da taxa de juros e do comprometimento da renda das famílias.

Outras quedas no mês vieram dos combustíveis, com retração de 5,3% do etanol e de 0,9% da gasolina.

ÔNIBUS

Na outra ponta, o aumento das tarifas dos ônibus urbanos liderou os impactos de alta, com 0,07 ponto percentual diante da alta de 2,61%. O aluguel residencial também teve grande influência (aumento de 1,04%).

O peso do aumento das tarifas seria ainda maior caso os reajustes não tivessem sido revogados durante o mês em diversas cidades do país, como São Paulo e Rio de Janeiro. O cancelamento do reajuste ajudará a inflação a perder força neste mês.

Com a desistência do reajuste, a inflação em 12 meses deve voltar para a banda de tolerância do governo.

Por outro lado, a alta do dólar, que afeta o preço de grãos e produtos importados, é um fator de preocupação.

"Como o impacto não é imediato, a valorização da moeda deverá ser sentida na inflação em julho ou agosto", afirmou o economista e sócio da Tendências Juan Jensen.


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