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Bônus do pré-sal derruba ação da Petrobras
Papel cai 5% e fecha no menor patamar desde 2008, com a avaliação de que valor a ser pago em leilão é muito alto
Estatal terá que desembolsar pelo menos R$ 4,5 bilhões, pois é obrigada a ter ao menos 30% de blocos
Pressionado pelas ações da Petrobras, que fecharam no menor preço desde dezembro de 2008, o principal índice da Bolsa brasileira terminou o dia em baixa de 1,2%, aos 45.210 pontos --o menor nível desde abril de 2009.
Os papéis mais negociados da estatal (preferenciais, sem direito a voto), que representam 8% do Ibovespa, tiveram desvalorização de 5,08% ontem, para R$ 15,15.
Foi a menor cotação desde 5 de dezembro de 2008 e a maior queda diária desde 25 de junho do ano passado.
Já as ações menos negociadas (ordinárias, com direito a voto) fecharam em R$ 13,68, o menor preço desde 17 de maio de 2005, em baixa de 6,11% --a maior queda desde 5 de fevereiro deste ano.
Para analistas, a Petrobras foi prejudicada pelo bônus de R$ 15 bilhões estabelecido pelo governo a ser pago pelo consórcio vencedor do leilão do pré-sal, cuja primeira rodada será em outubro. O valor foi considerado por investidores acima do esperado.
Além do bônus, o vencedor do leilão terá de repassar à União 40% do petróleo produzido. "Como a Petrobras é obrigada a ter participação de pelo menos 30% nos blocos do pré-sal, isso significa que a empresa deverá arcar com, no mínimo, R$ 4,5 bilhões nessa rodada", afirma William Alves, analista da XP Investimentos.
"É um valor mais alto que o imaginado anteriormente, o que pode prejudicar o caixa da companhia", diz.
Outras ações de empresas ligadas a commodities também contribuíram para a queda da Bolsa ontem.
As ações mais negociadas da Usiminas (siderúrgica) lideraram as perdas do Ibovespa, com desvalorização de 9,41%.
Os papéis da Braskem (petroquímica) caíram 4,65%.
A baixa ocorreu em meio a apostas de que o governo cortaria as alíquotas do Imposto de Importação para aço, resinas, vidro, painéis de parede, borracha, plásticos, alumínio e outros insumos industriais.
A afirmação, no fim do dia, do ministro Guido Mantega (Fazenda), de que as reduções ainda estão em estudo reduziu a baixa.
GRUPO X
Na ponta positiva do Ibovespa, destacaram-se as ações do grupo EBX, de Eike Batista, depois de fortes perdas recentes. Encabeçando a lista, os papéis da MMX (mineração) subiram 14,29%, para R$ 1,60, seguidos pelas ações da OGX (petróleo) --alta de 8,51%, para R$ 0,51.
No câmbio, o dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, subiu 0,22%, para R$ 2,26, apesar de intervenção do BC --que vendeu US$ 1,93 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólar no mercado futuro.