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Otimismo externo anima Bolsa brasileira
Bovespa tem alta de 2,51%, após BC dos EUA indicar que estímulos à economia americana devem durar mais tempo
Aumento de juro nos EUA deve ficar mais distante, o que favorece ativos de maior risco, como em emergentes
Em um dia de otimismo nas Bolsas do mundo todo, o principal índice do mercado de ações brasileiro subiu e o dólar caiu em relação ao real.
O Ibovespa subiu 2,51%, no segundo dia seguido de alta. Já o dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, caiu 0,37%, para R$ 2,27.
Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P fecharam na maior pontuação histórica, e a Nasdaq, no maior nível desde outubro de 2000.
Investidores intensificaram aplicações de maior risco, como em ativos de mercados emergentes, com a aposta de que os estímulos econômicos nos EUA não devem acabar tão cedo.
Essa percepção ganhou força após o presidente do BC americano, Ben Bernanke, dizer que o mercado de trabalho está pior do que aponta a taxa de desemprego (7,6%) e que, por isso, a economia precisa de mais estímulos.
Desde 2012, o BC americano recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos para injetar dinheiro na economia. Recentemente, Bernanke afirmara que esse programa poderia ser reduzido ainda neste ano e terminar em meados de 2014.
O próximo passo da autoridade monetária dos EUA, na visão de economistas, seria subir a taxa de juros, atualmente em quase zero, o que deixaria os títulos do Tesouro americano, considerados de baixo risco, mais atraentes do que aplicações em países emergentes.
"Com a nova declaração de Bernanke, os investidores podem pensar em mantê-las por mais tempo nos emergentes", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.
CHINA E JAPÃO
Notícias da Ásia também favoreceram os mercados.
Na China, o ministro de Finanças afirmou que o país ainda persegue crescimento de 7,5% em 2013 e que não descarta a adoção de novos estímulos para a expansão.
"A China é a segunda economia do mundo e a declaração de que pretende sustentar crescimento significa que vai continuar importando mercadorias, especialmente matérias-primas do Brasil", diz Gabriel Ribeiro, analista da Um Investimentos.
No Japão, o BC afirmou que vai manter os estímulos econômicos e que o país está finalmente se recuperando.
No cenário interno, também favoreceu o desempenho dos mercados a decisão do BC de aumentar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 8,5%, conforme o esperado.
"Mesmo que o aumento deixe o crédito menos acessível e contribua para uma desaceleração da economia, o impacto desse ciclo de alta será positivo para aliviar a inflação no país", diz Revi.