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Cresce busca por crédito para pagar dívida

Empréstimo para consumo perde espaço; inflação em alta é principal causa da mudança, afirmam economistas

Cenário incerto e medo de desemprego tornam consumidor cauteloso; lista de despesas ajuda a não acumular débitos

DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

O brasileiro tem tomado mais empréstimos para pagar dívidas. O movimento, segundo economistas, foi estimulado sobretudo pela alta da inflação.

As linhas de crédito cujos saldos mais cresceram nos cinco primeiros meses do ano foram cheque especial (15,3%), empréstimo consignado (descontado na folha de pagamento, que avançou 9,3%), empréstimo pessoal (5,3%) e a rolagem da díuvida no cartão de crédito (5%).

O levantamento, com base em dados do BC, foi feito para a Folha pela Serasa Experian, empresa de informações financeiras, e excluiu financiamento imobiliário.

A taxa média de crescimento, considerando 11 modalidades de crédito, foi de 3% no período, mostra o estudo.

"As linhas que mais cresceram são aquelas direcionadas a situações emergenciais ou para a quitação de dívidas", explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

Rabi afirma que a alta da inflação desequilibrou o orçamento das famílias, que viram a renda ser corroída pelo aumento de preços.

O IPCA (índice oficial de inflação) acumulado em 12 meses até maio ficou em 6,7%, acima do teto da meta estabelecida pelo governo (6,5%).

"Como não há aumento de renda importante, as famílias têm que trocar o consumo pelo pagamento de dívidas", diz o professor de economia e finanças Alexandre Espírito Santo, do Ibmec-Rio, instituto de ensino e pesquisa.

O crédito para a compra de veículos, por exemplo, foi uma das modalidades que encolheram até maio: 3%.

"Esse tipo empréstimo tem relação com a avaliação do consumidor sobre a economia e a sua perspectiva de manutenção do emprego", diz o economista Paulo Gala, da Fator Corretora.

"Houve um ciclo de endividamento grande, e as pessoas estão tendo que pagar as dívidas já contraídas. O aumento da inflação e o desaquecimento do mercado de trabalho têm feito com que a euforia dos consumidores diminua", acrescenta.

Para Gala, essa cautela maior em relação ao crédito e a prioridade ao pagamento de dívidas já existentes devem permanecer pelo menos até 2014, quando a inflação deve desacelerar, e a economia, retomar o crescimento.

FINANÇAS NO AZUL

Além de pagar os débitos, é importante reorganizar as finanças para evitar novo descontrole das dívidas.

Para não extrapolar o orçamento, especialistas recomendam que se faça uma lista com todos os gastos. Dessa forma, fica mais fácil de identificar o que pode ser cortado.

Além disso, recomendam sempre guardar dinheiro, mesmo que pouco.

"Às vezes, a pessoa pensa que guardar R$ 30 não vale a pena. Mas, no fim do ano, essa economia pode fazer a diferença na hora de um imprevisto, como uma doença. Muitos problemas financeiros começam com esses contratempos", diz Cosenza.


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