Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Renda fixa supera Bolsa em desempenho

Simulações pós-Plano Real mostram que CDI, que remunera renda fixa, ganhou do Ibovespa na maioria dos casos

Volatilidade da economia brasileira é um dos fatores que prejudicam mercado local; é possível encontrar ações com forte alta

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Desde o início do Plano Real, em julho de 1994, a Bolsa brasileira obteve desempenho pior do que a renda fixa, segundo estudo do economista Samy Dana, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Dana fez 42.696 simulações que comparam o desempenho do Ibovespa, principal índice do mercado acionário, incluindo dividendos (parte do lucro das empresas distribuída aos acionistas), com os rendimentos médios do CDI (juros dos empréstimos entre bancos), que remunera aplicações em renda fixa.

Os cálculos consideram cenários de investimento em diferentes períodos, com duração de um a 18 anos.

"O resultado contraria o princípio de risco-retorno na teoria das finanças, que sugere que, quanto maior o risco assumido, maior será a rentabilidade ou o prejuízo do investimento", diz Dana.

De 4.010 simulações realizadas em um prazo de três anos (julho de 1994 a julho de 1997), a Bolsa se saiu melhor em 43,69% dos casos. Em um horizonte maior, de 12 anos (julho de 1994 a julho de 2006), a Bolsa venceu em 34,1% dos casos, em 1.742 simulações realizadas.

A superioridade do CDI sobre o Ibovespa só não foi vista em dois cenários: no horizonte de um ano (julho de 1994 a julho de 1995), quando a Bolsa venceu em 50,69% das 4.514 simulações realizadas, e no horizonte de nove anos (julho de 1994 a julho 2003), quando o índice de ações superou o CDI em 51,25% de 2.246 simulações.

Os cálculos consideram desconto 15% de Imposto de Renda sobre o rendimento tanto do Ibovespa quanto do CDI --exceto no primeiro ano das simulações com CDI, que, por contemplarem um período menor, implicam alíquota maior de IR (17,5%).

"A Bolsa brasileira não segue o modelo de mercados desenvolvidos, como os dos EUA", afirma Dana.

"Lá, os investidores conseguem prever melhor a fatia do lucro da empresa que será distribuída aos acionistas. Além disso, economia emergente oscila mais. Com taxas de juros menores e desenvolvimento, porém, o cenário poderá mudar", acrescenta.

CONTRAPONTO

Apesar dos resultados, vale destacar que a parcela das simulações em que o Ibovespa saiu vencedor não é inexpressiva. Além disso, é preciso considerar que, mesmo em cenário de queda do principal índice do mercado, é possível encontrar ações com boa rentabilidade.

"Enquanto alguns papéis caem, outros sobem", diz Mauro Calil, educador financeiro da Academia do Dinheiro. No ano passado, por exemplo, as ações das varejistas Hypermarcas e B2W subiram mais de 88%, enquanto o Ibovespa avançou 7,4%.

"O investidor deve buscar ajuda da sua corretora para garimpar ações com boas perspectivas de crescimento", afirma Calil.

"Podem ser de setores que crescem mesmo em tempos difíceis, como consumo. Todos precisam de vestuário e alimento, até com inflação alta e economia desaquecida."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página