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Finanças pessoais

Como é feita a venda antecipada de título no Tesouro Direto

Muita gente não aguentou a desvalorização dos títulos longos de renda fixa, ocorrida no primeiro semestre deste ano, e tomou a decisão de realizar o prejuízo e voltar para alternativas mais seguras. A variação negativa dos preços atingiu todos os investidores que assumem risco em posições de taxa prefixada, que se desvalorizam em cenário de elevação dos juros.

A desvalorização dos títulos atingiu também os fundos de investimento e planos de previdência que investem em títulos públicos ou privados com essa característica.

Já me posicionei positivamente em relação ao Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional, em parceria com a BM&FBovespa. Nesse programa, o próprio investidor gerencia suas aplicações escolhendo os prazos e os indexadores dos títulos.

Vantagens do programa: acesso de pequenos investidores; agendamento de aplicações; custos baixos (corretagem e taxa de custódia) quando comparados às taxas de administração de fundos de investimento e planos de previdência distribuídos no varejo; liquidez semanal.

ESTRATÉGIAS

O Tesouro Direto pode ser utilizado para implementar basicamente duas estratégias: (a) "trading", uma de curto prazo, mais especulativa, na qual o investidor compra um título para explorar uma oportunidade de ganho no curto prazo; e (b) "positioning", uma estratégia de longo prazo, para colher rendimentos ao longo do tempo (recebimento de cupom de juros) e carregar a posição até o vencimento visando assegurar a rentabilidade negociada no dia da compra.

Sabemos que o preço do título pode flutuar, mas, se formos fiéis ao objetivo traçado, ignoramos os cenários adversos e aguardamos o vencimento para resgatar o título.

Para implementar sua estratégia, é provável que o investidor monte uma carteira com diversos títulos, adquiridos em datas diferentes, com taxa de juros distintas.

Vamos simular a carteira de um investidor, composta por três lotes de NTN-B Principal (Nota do Tesouro Nacional Série B Principal), de um vencimento (15.mai.2015).

Embora tenham sido compradas segundo três condições distintas de taxas e preços, para efeito de apuração do valor de mercado elas valem hoje a mesma coisa.

Isso é verdade porque as três notas que compõem a carteira têm o mesmo vencimento (15.mai.2015) e o valor atual dessa nota é calculado com base na taxa de juros vigente no dia da venda antecipada, de 5% ao ano no exemplo. Assim, qualquer que seja o lote vendido, o investidor receberá o valor unitário de R$ 2.093,65.

DECISÃO DE VENDER

A necessidade de resgatar o dinheiro pode surgir, alterando o planejamento inicial do investidor de manter o título até o vencimento. Toda quarta-feira o Tesouro Direto permite a venda antecipadamente dos títulos adquiridos.

O investidor indica o título que deseja vender (NTN-B Principal), o vencimento (2015) e a quantidade (100).Não pode, entretanto, indicar que operação deseja vender antecipadamente, A, B ou C.

Voltando ao exemplo, seria compreensível supor que o investidor queira manter a operação A, com a melhor rentabilidade, e sair da C, que está gerando prejuízo.

O Tesouro Direto, porém, não permite a escolha do lote. O sistema vê um investidor com 300 NTNs do mesmo vencimento e seleciona a operação mais antiga, que gera o menor impacto fiscal.

Dessa forma, ignora a estratégia do investidor, antecipa a realização do lucro (como no exemplo), antecipando também o pagamento do Imposto de Renda sobre o lucro da transação. Adicionalmente, transfere o risco do reinvestimento do capital disponível para o investidor.

Escrevo sobre o tema porque, muitas vezes, utilizei o argumento de que cabe ao investidor decidir se realiza antecipadamente o lucro ou prejuízo de determinada operação ou se opta por esperar até o vencimento do título. Fica aqui a ressalva de uma funcionalidade que o programa não oferece e representa uma oportunidade de melhoria que poderia ser adotada.


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