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Deficit nas contas externas do país quase dobra no primeiro semestre

Em meio a cenário internacional turbulento, rombo foi de US$ 43,5 bilhões de janeiro a junho

Desvalorização do real ante o dólar só deve ter efeito na balança comercial em 2014, preveem economistas

MARIANA SCHREIBER SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

Em meio a um cenário internacional turbulento, cresce a dependência do Brasil por recursos externos. No primeiro semestre, o rombo na conta que registra as principais transações com os demais países cresceu quase US$ 20 bilhões em relação a 2012, de US$ 25,3 bilhões para US$ 43,5 bilhões.

O patamar é recorde para o período e, pela primeira vez desde 2010, não foi coberto inteiramente por investimentos direcionados à produção, considerados menos voláteis que os financeiros, como os direcionados a ações e renda fixa.

Apesar de robusto, o fluxo de US$ 30 bilhões dos chamados investimentos diretos ficou abaixo do deficit em transações correntes.

"A tendência é ruim, havia muitos anos que isso não acontecia", afirma o economista-chefe da gestora de recursos Opus, José Marcio Camargo. Ele diz que a diferença poderá ser revertida se houver uma política econômica crível que atraia fluxo suficiente de investimentos.

Diante das incertezas que prevalecem em relação ao ritmo de crescimento mundial e aos impactos das mudanças na política econômica dos EUA e da desaceleração da China, o fluxo de recursos externos passou a ser menos favorável a economias emergentes como a brasileira.

EFEITOS DO CÂMBIO

Apesar de projetar um aumento para US$ 75 bilhões no deficit nas contas externas no fim de 2013, a aposta do Banco Central é que a desvalorização do real, que vem sendo registrada desde maio, ajudará a conter o avanço da deterioração desse saldo.

Até agora, porém, o dólar mais caro, que encarece as importações e torna mais competitivas as vendas de produtos para o exterior, não gerou impacto sobre as contas. O rápido crescimento do deficit nas transações com o exterior foi puxado por uma piora de US$ 10 bilhões no saldo da balança comercial.

Economistas estimam em cerca de um ano o prazo para que o novo patamar de câmbio passe a reverter a forte e rápida deterioração comercial do país, com impacto positivo sobre as contas externas --o que, na melhor das hipóteses, deve acontecer no início da campanha eleitoral para reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Até lá, a economia brasileira fica mais exposta aos desdobramentos externos. Na visão do economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, nesse processo, a palavra-chave é confiança.

É isso que garantirá o ingresso de investimentos necessários para melhorar crescimento e mais competitividade com retirada de gargalos em infraestrutura.

Segundo o economista, o quadro "é difícil, mas não catastrófico". Ele estima que o deficit externo se estabilizará em torno de 3,5% do PIB. Hoje, o valor acumulado em 12 meses está em 3,17%.

"O Brasil atravessa um momento em que a confiança é fundamental e isso passa por regras econômicas claras, inflação em queda, contas externas estabilizadas."


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