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Petrobras investirá R$ 200 milhões em água da chuva
Captação no semiárido responde à reclamação de Estados nordestinos, que pedem maior presença da empresa
A Petrobras vai investir R$ 200 milhões em 12 meses na implantação de um sistema para captação de água da chuva no semiárido nordestino, um projeto que ajuda o governo a amenizar a pior seca dos últimos 50 anos.
O investimento ocorre em um momento no qual Estados nordestinos reclamam da redução das operações da companhia na região, o que é negado pela empresa.
Ontem, a presidente da Petrobras, Graça Foster, era esperada no Rio Grande do Norte para inaugurar as primeiras cisternas, mas foi substituída pelo diretor de Exploração e Produção, José Formigli.
Segundo a Petrobras, Graça desistiu de ir ao município de Areia Branca porque no dia anterior foi participar de evento com o papa Francisco e não chegaria a tempo.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires, o anúncio é negativo. "Quando a gente pensa que o governo aprendeu a lição e não vai mais usar a Petrobras, acontece isso. Não tem investidor que aprove esse investimento."
A ausência de Graça diminuiu o impacto da manifestação que o Sindipetro-RN (Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte) preparou para recepcioná-la.
"Fechamos um trecho da BR-110, entre Mossoró e Areia Branca, para protestar contra a desmobilização da Petrobras nos campos terrestres, aqui, na Bahia, no Espírito Santo, em Alagoas e no Ceará", disse Marcio Dias, secretário-geral do Sindipetro-RN.
Segundo ele, a Petrobras já teve 14 sondas terrestres de perfuração no Estado. Hoje, só tem duas. "A Petrobras está tirando daqui para colocar no pré-sal, provocando desequilíbrio, desemprego. É uma volta ao passado, quando só investia no Sudeste", diz Dias.
A Petrobras disse que está investindo em um oleoduto de cem quilômetros de extensão e no sistema de injeção de água no campo de Canto do Amaro para reverter o declínio natural do campo.
