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Superavit melhora, mas fica abaixo da meta em 12 meses
Economia do setor público quase dobra no mês passado, porém é 20,5% menor que nos 6 primeiros meses de 2012
Em 12 meses, valor economizado pelo setor público ficou em 2% do PIB, número inferior à meta do governo, de 2,3%
A economia do setor público para pagamento de juros apresentou uma recuperação em junho, mas, ainda assim, fechou o semestre em queda de 20,5%.
O chamado superavit primário ficou em R$ 52,2 bilhões nos primeiros seis meses do ano, ante R$ 65,7 bilhões no mesmo período de 2012, disse o Banco Central.
Já o resultado de junho foi quase o dobro do de um ano antes, somando R$ 5,4 bilhões. A alta foi puxada por um forte crescimento do valor economizado por Estados e municípios, que ficou em R$ 3,6 bilhões, ante R$ 157 milhões em junho de 2012.
Um dos fatores que afetaram esse resultado foi a receita extraordinária registrada no mês passado pelo Estado de São Paulo, de R$ 1,4 bilhão, devido a um programa de parcelamento de dívidas tributárias que ofereceu descontos ao credores. Novas receitas desse tipo são esperadas para os próximos meses.
O chefe-adjunto do departamento econômico do BC, Fernando Rocha, porém, disse que não é possível saber se a melhora do resultado obtido por Estados e municípios se repetirá ao longo do ano.
Para o economista-chefe da corretora Tullett Prebon, Fernando Montero, isso não deve ocorrer. "Um dado não significa tendência", disse.
Ele observou que o crescimento do mês passado se deu em cima de um resultado muito fraco em junho de 2012, um "ponto fora da curva".
Montero nota que a atividade econômica mais fraca e o corte de impostos federais que são repassados para os governos regionais afetam as receitas dos Estados e municípios, o que dificulta a realização de superavit maiores.
ABAIXO DA META
Em 12 meses, o valor economizado por todo o setor público ficou em R$ 91,5 bilhões (2% do PIB), número inferior à nova meta do governo Dilma para 2013, de 2,3%.
O objetivo original era de 3,1%, mas foi reduzido devido à dificuldade do governo em conter o aumento dos gastos e também por causa do crescimento mais lento da arrecadação com impostos.
Diante de um superavit primário mais baixo, o Banco Central considera que a política fiscal do governo federal é expansionista, ou seja, contribui para o aumento da inflação, já que o aumento das despesas eleva a demanda por bens e serviços no país.
Na semana passada, o governo anunciou corte de R$ 10 bilhões nos gastos federais com objetivo de compensar a provável frustração da meta de economia para Estados e municípios no ano.