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PIB cai 0,1% no 2º tri, e Espanha completa dois anos de recessão
Recuo menor que o de trimestres anteriores é festejado por Madri
O Produto Interno Bruto da Espanha encolheu 0,1% no segundo trimestre em relação ao primeiro, informou ontem o Instituto Nacional de Estatística, levando o país completar seu mais longo ciclo de recessão desde o início da série histórica, em 1970.
O período de encolhimento econômico supera os sete trimestres de contração registrados entre abril de 2008, quando estourou a crise na Europa, a dezembro de 2009. Naquela ocasião, entretanto, a retração foi mais aguda.
Mas o recuo menor que o 0,5% do primeiro trimestre e o 0,8% do período anterior levou o governo a celebrar o que vislumbra como possível reversão da trajetória.
"A recuperação está a caminho", disse o ministro da Economia, Fernando Jiménez Latorre. "A mudança de trajetória persistirá nos próximos trimestres e, com o tempo, teremos uma recuperação suave, mas sustentável."
Economistas ouvidos pela Reuters não compartilham do mesmo otimismo, embora a base de comparação deprimida dos últimos dois anos facilite um desempenho positivo.
"Não estamos contando com mais melhora no terceiro trimestre e estamos céticos sobre declarações de que a recessão está perto de acabar", disse à Reuters o analista Ebrahim Rahbari, do Citi, citando outros fundamentos econômicos frágeis.
"Em um ambiente em que há desemprego de mais de 25%, um dado ligeiramente positivo do PIB não significa que a recessão acabou."
Na comparação com o mesmo período de 2012, a retração espanhola foi pior, 1,7%.
A Espanha foi um dos países mais atingidos pela crise de 2008 e ainda patina para se recuperar. O índice de desemprego está em 26,9%, o mais alto da União Europeia, ao lado da combalida Grécia.
Ontem, a Suécia também anunciou que seu PIB encolheu 0,1% no segundo trimestre deste ano, frustrando expectativas de avanço.