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Start-up sócia de parceira do governo recebe verba federal

Programa de R$ 200 mil a firmas novatas elege veteranas de "aceleração"

Empresas negam favorecimento em seleção; governo diz que estuda tornar processo 'mais transparente'

FELIPE MAIA EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

Das 56 empresas participantes de um programa estatal que prevê investir até R$ 200 mil em companhias iniciantes, ao menos 6 já eram sócias de parceiros do governo federal na iniciativa.

Outras três se preparavam para assinar o contrato.

O programa Start-Up Brasil, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, exige que essas companhias se associem a aceleradoras de negócios. Essas organizações são formadas por investidores interessados em dar assessoria a uma empresa e lucrar com seu crescimento.

Nove aceleradoras foram selecionadas pelo governo para a parceria --o projeto prevê que elas façam aportes nos negócios, em valores entre R$ 20 mil e R$ 1 milhão, em troca de 5% a 40% de participação acionária.

Não havia uma regra no edital que impedisse que empresas já "aceleradas" participassem da competição. Mas, na prática, o governo vai injetar dinheiro em companhias que têm seus parceiros entre os sócios.

No total, essas nove companhias vão receber até R$ 1,45 milhão de investimento governamental.

A aceleradora que mais emplacou start-ups no programa foi a 21212. O grupo é sócio de três empresas selecionadas (Easyaula, eStoks e aentrópico).

No caso da Wayra, da Telefônica Vivo, foi selecionada uma empresa de que já era sócia, a ProDeaf, e mais três que já haviam sido selecionadas e estavam próximas de assinar contrato (Intoo, Chegue.La e Hello Universe). Outras duas aceleradoras emplacaram uma start-up cada uma.

Esses investidores informaram que não farão, em um primeiro momento, aportes adicionais nos negócios.

"No caso dessas empresas, a gente já cumpriu essa obrigação", afirma Rafael Duton, cofundador da 21212.

A aceleradora optou por não selecionar nenhuma empresa nova nesta fase do projeto. Vai trabalhar somente com as três start-ups que já estavam em seu portfólio.

Duton diz que a organização apoiará as empresas de outras formas, com o trabalho de mentores e o acesso a serviços, por exemplo.

As aceleradoras negam favorecimento. "O processo não beneficiou nem puniu empresas que já passaram por aceleração", afirma Carlos Pessoa, diretor da Wayra. "Há várias empresas da própria Wayra que não foram aprovadas."

Felipe Matos, diretor de operações do programa, diz que esses grupos não tiveram direito a voto na banca que selecionou os projetos, formada por executivos, representantes do ministério e acadêmicos. Mas eles puderam opinar.

"O Start-Up Brasil é uma parceria público-privada", afirma Matos. "A gente precisa considerar critérios públicos e os interesses das aceleradoras."

Ele diz que o governo estuda mudanças para a próxima fase do programa, que abrirá inscrições em setembro, para "fazer com que o processo fique mais transparente".


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