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Análise economia internacional

Emprego americano dá a senha para juros e câmbio

Mercado de trabalho funciona como um 'termômetro' da recuperação

JOSÉ FRANCISCO DE L. GONÇALVES ESPECIAL PARA A FOLHA

A taxa de desemprego nos EUA em julho caiu de 7,6% para 7,4%, e o emprego cresceu apenas 162 mil vagas ante 188 mil em junho. Tais dados ficam mais claros se comparados com a taxa de desemprego de 10% em outubro de 2009 e com o corte de 830 mil vagas em março daquele ano.

Os dados de hoje são ambíguos, um bom e um nem tanto, pois o mercado de trabalho reflete a atividade econômica em geral.

A recuperação dos EUA depois da recessão tem sido lenta, começando com o mercado imobiliário e o de trabalho. Assim como as demissões começam depois da queda da atividade, as contratações retornam antes da recuperação dela. Assim como a crise veio do setor imobiliário, a recuperação do mesmo exprime tanto a queda das taxas de juros das hipotecas como a melhora das finanças das famílias.

A recuperação dos EUA é muito importante por causa da política monetária adotada pelo Fed (banco central) dada a inoperância da política fiscal.

A única medida possível para evitar a depressão foi o banco central comprar títulos públicos e privados de modo a reduzir as taxas de juros a zero e, assim, incentivar o gasto das famílias e das empresas, além de estimular os bancos a dar crédito. Os estímulos dados pelo Fed --o chamado "quantitative easing"-- injetaram mais de US$ 2 trilhões na economia.

Os efeitos dessa política sobre o Brasil e o resto do mundo foram a desvalorização do dólar e a redução das taxas de juros. À medida que a economia se recuperar, tais incentivos serão retirados, e os efeitos serão invertidos.

Inicialmente, a política monetária será cada vez mais austera com a redução e o fim do programa de compras de títulos, depois com a elevação da taxa de juros básica. A preocupação é com a inflação e certa instabilidade que pode haver no mercado financeiro com cinco anos de taxa de juros zero.

Em paralelo, os juros de mercado vão seguir em alta muito volátil no início, tendendo a flutuar menos quando a economia recuperar sua trajetória de tendência e ciclo.

Durante essa fase de transição para juros reais positivos, o Brasil e outras economias semelhantes vão sofrer com a desvalorização de suas moedas, pressões inflacionárias e política econômica de viés contracionista.

À medida que essa mudança se verificar, a situação tende a melhorar, pois o crescimento dos EUA em geral interessa, mesmo com o contraditório financiamento do deficit externo daquele país com emissão de dólares ou títulos do seu próprio tesouro.


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