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Sem impacto do câmbio no balanço, Petrobras lucra R$ 6,2 bi no 2º tri
Se perdas com aumento da cotação do dólar tivessem sido contabilizadas, haveria prejuízo
Resultado superou expectativas dos analistas; lucro operacional, de R$ 11,1 bi, cresceu 13%
A adoção pela Petrobras de um instrumento que ameniza o impacto cambial no balanço (chamado de "contabilidade de hedge") proporcionou à estatal um lucro acima das expectativas do mercado no segundo trimestre do ano.
De abril a junho, a estatal lucrou R$ 6,2 bilhões, quase o dobro dos R$ 4,5 bilhões esperados por analistas.
O método usado expurga dos resultados da empresa parte do efeito da variação do câmbio. No segundo trimestre, ele permitiu que perdas da ordem de R$ 7,9 bilhões (relativas a 70% da dívida em dólar) não fossem incluídas como despesa financeira e, portanto, não fossem reduzidas dos ganhos da empresa.
Sem isso, em vez de lucro, a Petrobras teria apresentado prejuízo no período. O método contábil é regular e, da mesma forma que não derruba o lucro quando o dólar sobe, tampouco favorece os resultados quando a moeda cai.
Mesmo com a eliminação do efeito do câmbio, o lucro do segundo trimestre foi 19% menor do que o trimestre anterior (R$ 7,7 bilhões).
A venda de ativos na África no período colaborou para o caixa, com a entrada de R$ 1,9 bilhão.
Em carta aos acionistas, a presidente da Petrobras, Graça Foster, ressaltou o aumento do lucro operacional, para R$ 11,1 bilhões, 13% a mais do que no primeiro trimestre.
Ela creditou a melhora ao aumento do preço da gasolina e do diesel, autorizado em janeiro, à elevação da produção interna de derivados (capacidade das refinarias está a 99%), aos ganhos com os desinvestimentos e à otimização de custos operacionais.
No primeiro semestre, a empresa conseguiu economizar R$ 2,9 bilhões, 78% do previsto para todo o ano.
A área de Abastecimento, responsável pela importação de derivados, continua no vermelho e registrou perda de R$ 2,5 bilhões. O resultado, porém, foi 41% menor do que no período anterior.
Por outro lado, a exportação de petróleo caiu, devido à queda de produção, a um volume 25% mais baixo do que no trimestre anterior.
Outro baque foi o aumento de custo com importação de Gás Natural Liquefeito, necessário para manter as usinas térmicas ligadas no país, que subiu 23% em relação ao primeiro trimestre.
Como esperado pelo mercado, a geração de caixa medida pelo Ebitda melhorou, subindo 11% em relação ao primeiro trimestre, para R$ 18 bilhões.
O aumento de 2% na receita, para R$ 73,6 bilhões, também contribuiu para melhorar o desempenho geral da companhia.